O objetivo deste estudo foi compreender o que os pais que
submetem seus filhos à algum tipo de violência pensam, sabem,
fazem e argumentam acerca da imposição dos castigos físicos à
criança no ambiente familiar, identificando quais são suas
motivações ao castigarem seus filhos. Além disso, verificar se havia
(ou há) alguma relação entre a violência sofrida na sua infância e as
punições as quais submetem seus filhos, bem como analisar os
reflexos dos castigos corporais contra a criança. A metodologia
utilizada para obtenção dos dados foi um estudo de caso realizado
com uma família, residente no distrito de Capão Redondo, que
utiliza métodos coercitivos violentos para com as crianças. Foi
elaborada uma entrevista semi-estruturada, propondo um resgate do
histórico familiar dos agressores, principalmente relacionado aos
métodos punitivos aos quais foram submetidos na infância. Para as
crianças vítimas de violência doméstica foi estabelecido um diálogo
pautado em uma entrevista semi-estruturada, focada em indagações
relacionadas aos motivos, à maneira e a freqüência com que são
castigados pelos seus pais, buscando, também, seus relatos
referentes aos sentimentos que lhes cercam quando são punidos.
Os resultados, a partir da análise dos relatos dos adultos
(agressores) e das crianças acometidas de violência doméstica,
apontam para a existência de uma cultura recorrente em relação à
necessidade da imposição de castigos corporais para com as
crianças, de modo a impor a autoridade patriarcal e induzir a criança
a seguir as ordens do adulto. Esses castigos são reproduções dos
costumes familiares para educação da criança, funcionando como espécie de resposta imediata e automática à ação da criança que
desagrada o adulto. Esta reprodução forma um circulo de violência e
faz com que a situação perdure durante gerações e seja vista de
forma naturalizada.
Número de páginas | 133 |
Edição | 1 (2011) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
Tem algo a reclamar sobre este livro? Envie um email para [email protected]
Faça o login deixe o seu comentário sobre o livro.