Neste livro, propomos uma leitura de Lecciones para una liebre muerta (2005a) e El gran vidrio (2007) do escritor Mario Bellatin. Analisamos tais obras no que diz respeito à reelaboração estética que elas promovem de duas formas narrativas, o romance e a autobiografia. Nesse sentido, as noções teóricas do pós-estruturalismo francês, desenvolvidas pelos filósofos da linguagem (Barthes, Blanchot, Derrida e Foucault), como a escritura, o fragmento, o gênero enquanto horizonte de criação artística (não como norma) e a transgressão foram fundamentais para abordar as novas propostas que as referidas obras de Bellatin comportam. O romance e a autobiografia propuseram-se, historicamente, a traçar a vida. Aquele, ao ambicionar uma forma totalizante que reconstituiria o sentido perdido na existência empírica e esta, ao visar ao entendimento de si. Assim, perscrutamos o lugar que o mundo bellatiniano confere ao vivido ao trabalhá-lo nesses gêneros. Nossa hipótese é a de que, ao apostar na exacerbação de alguns recursos formais, tais como: a figuração de si, a abertura a outras linguagens artísticas, a fragmentação do relato e a retomada da própria obra, a literatura bellatiniana desvela um universo singular que tensiona os ideais da modernidade literária, sem romper, em definitivo, com eles. Lecciones para una liebre muerta permitiu-nos colocar a pergunta acerca da existência de uma nova configuração do romance no contexto da contemporaneidade ou da explicitação de sua ineficácia simbólica no presente. Por outra parte, El gran vidrio possibilitou-nos indagar acerca do estatuto do discurso de si num cenário cultural que reconfigurou a noção do sujeito.
ISBN | 9788595831193 |
Número de páginas | 280 |
Edição | 1 (2024) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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