Reginaldo Horta Azevedo é mineiro e hoje mora na capital do Espírito Santo. Jornalista formado pela Universidade Católica de Belo Horizonte. Quando esperava os trâmites finais para curtir sua aposentadoria, viajar em um eterno fazer nada, a vida, com o seu péssimo humor, lhe deu de presente um Parkinson, com todos os assessórios.
E antes de colocar a bermuda e de preparar as varas de pescar, acomodar na mochila os seus sonhos tratou de conhecer este sócio que lhe trouxe, para começar, um terremoto particular.
Enveredando atrás de qualquer coisa que lhe desse uma qualidade de vida melhor, tomou remédios caseiros, enfrentou filas para receber passes, procurou com os neurologistas uma saída para esta encrenca, fez tricô, rezou novena, tomou remédios que lhe davam alucinações, enfim, como nada dava certo passou a prestar atenção no mal que o pegava de manhã e o fazia tremer até quando o sono chegasse.
Inventou mil maneiras de enganar o Parkinson e para completar o tempo perdido, passou a escrever, contando casos que passaram em sua vida atribulada. E como tinha casos.
Aqui vão algumas passagens de sua vida.
Reginaldo foi estivador, engraxate, coroinha, hippie, bancário, instrutor de guerrilha, vendedor, gerente de multinacionais, indigenista, dono de restaurantes, garimpeiro, recebeu título de Cidadão, guia do Hotel J.Kennedy na Ilha do Bananal, fundador de revistas, mergulhador, editor de jornal, pescador profissional, madeireiro, jornalista, assessor parlamentar, diretor presidente de órgão municipal da cultura, diretor de comunicações da Câmara Municipal de Vitória, assessor de comunicação na Delegacia do Trabalho, no Porto de Vitória, recebeu outro título, desta vez pela Assembleia Legislativa uma comenda. Pai , Avô e hoje, contador de casos.
PS: A propósito, hoje, eu e o Parkinson somos amigos.
Reginaldo Horta Azevedo
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