O trabalho, a construção de uma casa, o casamento; pelo menos uns cinco anos apertados. Novas distâncias, novo emprego e a responsabilidade de chefe do lar. Sim, eu ainda sou das antigas, o homem da casa há de ser o provedor. É uma ideia machista, mas neste caso, não vejo as senhoras reclamando. Quando sobra pra elas, o bom senso de algumas, não se importa em dividir, mas coitado do macho que resolve se meter em seus orçamentos. A gente sempre acaba como malandro, não tem jeito. Talvez sejamos mesmo. Mas não tem fêmea, quando passa o tempo, as coisas apertam, que não vira uma boa madame. No namoro todo é lindo, juntou os trapos, os gastos, os hálitos, as preguiças, fode tudo. A escrita com todo o seu luxo, a mesa que é um verdadeiro altar é completamente profanada. Esta amante torpe, misteriosa, tão exigente começa a ser vigiada; nossas asas são meticulosamente cortadas; o que era algo puro, inclusive admirado, vira uma subversão. E então é preciso ser rápido, sucinto, às vezes rasteiro, apenas para se manter o cheiro, o ar sublime. Tudo pode realmente acabar. Acabou mesmo. Mas venceu a primeira. Por uma tragédia, a real se foi.
Número de páginas | 90 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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