O quanto vale a tua vida? A anuidade de um cartão de crédito? Uma caixa de ferramentas? Os direitos dos teus livros? Se os teus perigos são tão comezinhos, o que então pisa no teu pescoço? Porque és assim tão esquivo? Quando te largaram ao relento, que a tua sobrevivência é tão ameaçada? Quem te traiu tão acintosamente que todo amor é uma farsa? Será que teu dialeto é assim tão incompreensível, o desespero do pobre Enzo, este tumulto de desejos, o jogo perverso em que o frágil domínio dos códigos nos condena às trapaças, às saídas pela tangente, à negligência de quem deveria nos defender. Qual é o teu fantasma? A tua pena injusta, a tua inocência, o completo escuro, que te põem acorrentado dentro de um barril num cômodo mínimo no alto de uma laje. A tua vida de escravo deste os oito anos, tratando dos patrões, que ainda lhe roubam o auxílio emergencial. Esta sanha do mundo, o que há de mais comum. As almas que apenas sonambulam, a medida da vida que às vezes é ridícula. O gozo que enfim só resta chorar, ou simplesmente deixar correr sem nenhum sentido, qualquer consciência.
Número de páginas | 116 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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