Não estamos apenas no mundo, por onde passeiam nossos corpos, por onde matamos e somos mortos, por onde a vida é tão banal, com seus desassossegos, seus estúpidos que precisam ser domesticados, tangidos como bois. Vivemos uns nos outros. O que tempera também um pouco deste vazio. Não é alma, não é Céu ou outra dimensão. É a riqueza do nosso cérebro. Dá-se aí um universo com estrelas, cometas, meteoros, luas, planetas, sóis, buracos negros, nebulosas, ainda que este modelo se apresente aos nossos olhos o tempo todo, em grupos menores interligados. É preciso olhar para dentro, mas muito pouca gente consegue olhar pra fora, mal compreende o seu estrito entorno. Não se trata de outro mundo, é o mesmo! São os pontos de luzes que divisamos quando dormimos ou que rasga às vezes a nossa memória. Os pesos realmente são diferentes, regem ondas muito mais complexas, longe do tempo, de percepções mesquinhas. Tudo ainda ecoa, mesmo sem nenhum contato físico, mesmo que perdido num distante passado, mesmo que morto, mesmo até no que ainda está por vir, como alguma possibilidade. A vida está em tudo: numa pedra, na Lua, no Sol, em Marte, em todo o vácuo. Todo mundo é uma lâmpada acesa, mesmo os que já morreram, como vemos daqui estrelas que já se apagaram. Fazemos parte de uma teia muito delicada, mas extremamente vasta. Há o que se perde, sim. Mas também há o que se multiplica, figuras que são como a Terra, diamantes galácticos, que em si abrem grotões auspiciosos. E há buracos negros que engolem tudo. Vale a pena caminhar por este mundo, é o que nos faz diferente de bois, de grandes retardados. Ah... Requer muito esforço. É uma pena, mas não tem outro jeito.
Número de páginas | 108 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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