Aos vinte anos a gente não anda, flutua. Isto é uma perspectiva minha, de quem foi um garoto de classe média, de quem demorou um pouco mais para levar na cara. Não que tudo tenha sido um completo passeio. Os pés no chão é coisa rara. A leveza fica um pouco mais ridícula em quem não tem onde sofrer uma tonteira. São puros preconceitos, mas neste balaio todo tem o que não foge mesmo à regra. Velho, a gente não mais se apaixona, se isto acontece o risco é imenso. Ou uma tremenda sorte. A minha alma não dança mais apenas na captura do perfume. Tudo me cheira à encrenca. As frutas mais atraentes não vão cair no charme da minha barba grisalha. E casar os gênios com uma boa bruxa mora na ordem do milagre. Está certo, eu como poeta me acabei, não sirvo pra mais nada. A corte bem feita está mais na zona do canto, da ginástica, da performance em si. Tudo que tem múltiplas interpretações abre caminho para o azar. Poesia não conquista ninguém, nem o leitor, que quando se encanta está mesmo iludido, e querer tirar a prova é o total desastre. Ah... Como eu lamento tudo isto...
Número de páginas | 102 |
Edição | 1 (2020) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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