Esse livro é um livro de filosofia, mas não pretende ser sobre nenhum filósofo em particular, nem voltado exclusivamente aos estudantes de filosofia. Sim, a partir de um diálogo com a filosofia, trazer à fala uma questão filosófica. Essa questão se grafa no seguinte enunciado: é possível uma vida ética na sociedade de consumo? A resposta ou, pelo menos, o desenvolvimento dessa questão, e pode-se adiantar seguramente isso, passa tanto pelo que se entende como vida ética quanto por sociedade de consumo. Isso se coloca porque, o simples ato de adquirir um produto na sociedade contemporânea carrega consigo uma abertura a um mundo totalmente diferente de muitos outros que já existiram. Um mundo no qual a relação entre ser e ter parece fundir-se a níveis ontológicos: ser é ter. Ao entrar-se em contato com esse mundo, entra-se também em contato com o seu ethos que prescreve: é preciso consumir! Não se pode escolher não consumir. Às vezes, nem mesmo o que consumir.
Nossa identidade é ser consumidor. E, ser consumidor é o ser que delimita todas as outras atribuições que caem sob o conceito do ser pessoa. Sou cidadão, não porque possa participar das decisões políticas, mas porque estou inserido na sociedade de consumo; tenho a minha dignidade preservada quando tenho crédito e meu nome não está inscrito em nenhum sistema contra calote; sou respeitado entre meus pares graças à minha capacidade de adicionar poder de compra e desfilar com os adereços que “precisamos” consumir; sou importante para as instituições quando sou consumidor de seus produtos.
ISBN | 978-85-448-0077-5 |
Número de páginas | 87 |
Edição | 1 (2015) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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