Entre os anos 2000 e 2001 o Estado americano da Califórnia vivenciou uma crise no abastecimento de energia elétrica sem precedentes. O número frequente de “blackouts” e as limitações impostas no fornecimento de energia elétrica aos consumidores finais evidenciavam falhas no modelo de desregulamentação do setor, iniciado em 1996, e colocavam em evidência a figura de um agente que, até então, não figurava como um dos principais participantes desse mercado: o “trader” de energia por atacado. Esse novo agente, responsável por negociar a energia produzida pelas empresas geradoras junto aos distribuidores de energia elétrica do estado, aproveitou-se das lacunas existentes na legislação do setor para impor e estimular condições econômicas que lhe permitiram auferir lucros estratosféricos. Essa ganância desenfreada, no entanto, acabou por fazê-los destruir um mercado que haviam trabalhado anos para construir e do qual dependiam diretamente. A esse tipo de decisão, na qual “uma ação radical e persistente contra a meta que se pretende atingir é realizada por um indivíduo ou por um grupo, dentro do âmbito da racionalidade de referência desse indivíduo ou grupo”, Christian Morel dá o nome de “decisão absurda”. Como nenhuma decisão é tomada sem que seja precedida por algum tipo de processo de negociação, seja ele de foro íntimo ou não, podemos estender esse raciocínio e compreender essa decisão absurda como sendo fruto de uma negociação, também, “absurda”. Nesse trabalho procuraremos dissecar as caraterísticas que diferenciam uma negociação absurda de uma negociação tradicional, enfatizando os aspectos racionais (conscientes ou inconscientes) que justificam ou, pelo menos, explicam as motivações por detrás desse tipo de negociação. A esses aspectos daremos o nome de “a Lógica das Negociações Absurdas”.
Número de páginas | 134 |
Edição | 1 (2010) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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