A História da Reforma na Europa no tempo de Calvino

Tomo I: Livro I e II

Por Jean-Henri Merle d'Aubigné; Ariel Placidino Silva

Código do livro: 765876

Categorias

Religioso, Historiografia, Histórico, Vida Cristã, Teologia, Religião, Geografia E Historia

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Sinopse

Ao escrever esta história recorremos aos documentos originais e, em particular, a alguns manuscritos importantes; os registros manuscritos do Conselho de Genebra, as histórias manuscritas dos síndicos Roset e Gautier, o manuscrito dos Mamelus (mamelucos) e muitas cartas e documentos notáveis preservados nos Arquivos de Genebra. Também estudamos na biblioteca de Berna alguns manuscritos dos quais os historiadores até agora fizeram pouco ou nenhum uso; alguns deles foram indicados nas notas, outros serão mencionados a seguir.

Além destas fontes originais, aproveitamos escritos e documentos de grande interesse pertencentes ao século XVI, e recentemente publicados por doutos arqueólogos genebrinos, particularmente por MM. Galiffe, Grenus, Revillod, E. Mallet, Chaponière e Fick. Também fizemos grande uso das memórias da Sociedade de História e Arqueologia de Genebra.

No que diz respeito à França, o autor consultou vários documentos do século XVI, pouco ou totalmente desconhecidos, especialmente no que diz respeito às relações do governo francês com os protestantes alemães. Ele também lucrou com vários manuscritos e, por meio deles, pôde aprender alguns fatos relacionados com a primeira parte da vida de Calvino, que até agora não foram publicados. Esses fatos derivam em parte das cartas latinas do reformador, que ainda não foram impressas nem em francês nem em latim, e que estão contidas na excelente coleção que o Dr. Jules Bonnet pretende dar ao mundo, se tal obra receber do público cristão o incentivo que o trabalho, o desinteresse e o zelo de seu erudito editor merecem.

O autor, recorrendo habitualmente aos documentos franceses do século XVI, introduziu frequentemente no seu texto as passagens mais características deles. O trabalho do historiador não é um trabalho de imaginação, como o do poeta, nem uma mera conversa sobre tempos passados, como alguns escritores de nossos dias parecem imaginar. A história é uma descrição fiel de acontecimentos passados; e quando o historiador consegue relatá-los utilizando a linguagem daqueles que neles participaram, tem mais certeza de descrevê-los tal como eram.

Mas a reprodução de documentos contemporâneos não é a única tarefa do historiador. Ele deve fazer mais do que exumar do sepulcro em que dormem as relíquias de homens e coisas de tempos passados, para que possa exibi-las à luz do dia. Valorizamos muito esse trabalho e aqueles que o realizam, pois é necessário; e ainda assim não achamos que seja suficiente. Ossos secos não representam fielmente os homens de outros tempos. Eles não viviam como esqueletos, mas como seres cheios de vida e atividade. O historiador não é simplesmente um “ressurrecionista”: ele precisa – de uma ambição estranha, mas necessária – de um poder que possa restaurar a vida dos mortos.

Certos historiadores modernos realizaram esta tarefa com sucesso. O autor, incapaz de segui-los, e obrigado a apresentar aos seus leitores uma crónica simples e despretensiosa, sente-se obrigado a expressar a sua admiração por aqueles que assim conseguiram reviver o passado enterrado. Ele acredita firmemente que, se uma história deveria ter verdade, também deveria ter vida. Os acontecimentos dos tempos passados não se pareciam, na época em que ocorreram, com aqueles grandes museus de Roma, Nápoles, Paris e Londres, em cujas galerias contemplamos longas filas de estátuas de mármore, múmias e tumbas. Havia então seres vivos que pensavam, sentiam, falavam, agiam e lutavam. A imagem, seja o que for que a história possa fazer, terá sempre menos vida do que realidade.

Características

Número de páginas 445
Edição 1 (2025)
Formato 16x23 (160x230)
Acabamento Capa dura
Coloração Preto e branco
Tipo de papel Ahuesado 80g
Idioma Português

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SacraTeológica

Quatro fatores deram azo a este projeto:

Primeiro, no que concerne à nobreza do cidadão, isto é, prover à sociedade o que está ao meu alcance, contribuindo assim para o desenvolvimento intelectual da mesma, da qual eu dependo, e da qual depende a provisão, de igual maneira, de cada um que a compõe. Isto, li e aprendi de Lélio a Cipião, em "A República" de Cícero, o orador latino.

Segundo, o entesouramento literário da nossa amada língua, conferindo voz a este idioma com obras de considerável repertório cultural, provendo a dimensão do conhecimento brasileiro e a profundidade em seu juízo. Nisto fui inspirado pelo testemunho do historiador judeu Flávio Josefo, que em sua "História dos Hebreus", ao relatar a tradução da Tanakh para o grego, louvou a Deus pela contribuição da Septuaginta para o idioma helênico.

Terceiro, o modo como se preza e valoriza aqueles que, com tanta devoção, se prestaram a servir, honrando-os ao mantê-los em memória, perpetuando suas obras entre nós. Homens dignos de nosso crédito pelo mérito de exercerem com magistral habilidade seus talentos. Que seu exemplo nos inspire para que, da mesma forma, ofereçamos a satisfação do que o tempo nos requer. Disso, aprendi de Sócrates, o sábio grego, que - segundo as palavras de Xenofonte em sua "Apologia" - não deixou de expressar de onde tomava seu consolo diante da morte: que, após a vida, há gozo em reencontrar aqueles que em vida o proveram de conhecimento.

Quarto, e último, para mim de maior significância, pois cruza a limítrofe do perpétuo e adentra a dimensão do que é eterno. É o fato de poder oferecer à Igreja os pensamentos e os testemunhos daqueles que, pelo dom investido, se fizeram necessários àquilo que orientou o decurso de seu berço e sagrada missão. Apontando o que se infere de seus resultados - que Nosso Senhor nunca deixou de guiá-la, repreendê-la e ensiná-la. Disso erigiu meu intento, e nisso descansa meu propósito. Pois há um chamado entre nós que visa à edificação daquela que nos acolhe (Efésios 4:12).

Que sejais vós, que me assistis, testemunhas contra ou a favor de mim no que tange ao comprometimento do que entendo por obrigação. Poder ver, sob esses quatro propósitos, que não faço nem ouso passar a vida em vão; antes, depreendo-me a todo zelo em cumprir o que a dádiva deste tempo me confiou. Isso reconheço, como de igual modo entendo que isso há de exigir o usufruto do que gozo. Não me valer dos recursos em mãos é negar os fins de minha existência, que, enfim, compreendi, nasci para encarar. Pois sou cônscio de que aquele que me legou as sementes para semear voltará e há de me requerer os frutos da boa terra que me outorgou (Mateus 25:14-30).

Quanto ao sucesso deste empreendimento, creio não consistir no número de vendas, mas, como ensina em suas "Confissões" o mestre Agostinho, pai dos teólogos - que confessa ser ensinado pelo Logos, Pai dos mestres - o julgamento se dará sobre a disposição dos frutos, isto é, sobre a sinceridade que se devota a uma obra, não pela existência da dádiva, pois esta, de nós, nunca procedeu, mas sempre foi procedida daquele que tudo nos concedeu!

Eis então, amados irmãos, aos quais devo a vida em servir. Os frutos de meu culto racional (Romanos 12:1)!

Que ressoe, enfim, o eco daquela voz que nos move!

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