No ano de 1800 partia para os sertões recônditos da Vila de Lorena o Padre Francisco das Chagas Lima, enviado para lá pelo então Bispo da Diocese de São Paulo, Dom Matheus Pereira de Abreu, a pedido do Governador da Capitania de São Paulo, o Capitão-General Antônio Manuel de Melo Castro e Mendonça, a fim de catequisar os índios Puris que por lá habitavam. Sua chegada dá início a uma obra que hoje resulta numa cidadezinha do interior do Estado de São Paulo chamada Queluz. A Fé Católica chegaria não apenas para os índios que lá habitavam, mas seria um fator decisivo na unificação das suas gentes. Mais de 320 fiéis passaram a frequentar o culto religioso que surge com a presença do Padre Francisco das Chagas Lima, os quais passaram a ser seus fregueses, ou seja, paroquianos, e disto surge o nome Freguesia, título este por que passava a ser chamado o agrupamento de índios, antes aldeia, ora Freguesia de São João de Queluz.
“Visita ao Sertão d’Além Paraíba” é uma obra que reúne uma série de notas e apontamentos sobre os primeiros 42 anos da cidade de Queluz e, diferentemente das obras de história, é o ponto de partida para um estudo profundo sobre esta época que ainda padece de um estudo mais acurado. O que se viu até então entre os estudiosos foram algumas notícias vindas de genealogistas, descrições feitas por antropólogos e etnólogos a respeito dos Puris, breves artigos feitos por pesquisadores e historiadores, mas nada que tenha sido tão completo a ponto de portar o nome “História da Vila e da Freguesia de São João de Queluz”.
Apresenta-se aqui uma pesquisa que buscou tanto reunir estes estudos até então desencontrados como servir de depósito para os documentos mais relevantes daquele período, prova cabal de uma sociedade que floresceu e lançou as bases do que hoje se conhece por cidade de Queluz.
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