Tratado das Bênçãos

Pela primeira vez em língua portuguesa, o Tratado das Bênçãos de Louis-Claude de Saint-Martin — o “Filósofo Desconhecido” — é apresentado em tradução direta conforme os manuscritos do século XVIII, tornando acessível um dos textos mais profundos da teosofia cristã ocidental. Neste tratado, Saint-Martin revela uma metafísica das bênçãos como forças vivas que emanam do Verbo divino, sustentando a criação e guiando o homem em sua jornada de reintegração à origem espiritual.

A obra distingue as bênçãos em categorias, cada uma operando nos tempos de produção, conservação e reintegração, de acordo com a época da existência, as classes de seres e as potências do Criador. Seres espirituais e materiais, potências divinas e verbos operantes se entrelaçam numa teia simbólica que articula toda a Criação como expressão do Verbo. Mais do que um tratado especulativo, o texto propõe um caminho iniciático e interior de retorno à unidade divina.

Esta edição inclui também uma análise comparativa com o Tratado da Reintegração dos Seres, de Martinès de Pasqually, e com a doutrina maçônica do Regime Escocês Retificado, de Jean-Baptiste Willermoz, iluminando as raízes espirituais do martinismo e da tradição maçônica cristã. Essencial para estudiosos da espiritualidade ocidental, o Tratado das Bênçãos é uma verdadeira cartografia da alma no templo vivo da Criação.