Este livro é fruto da minha dissertação de mestrado, construída com base em pesquisa e escuta atenta às vivências de mulheres travestis prostitutas na cidade de Macapá-AP.
A investigação parte da compreensão de que o espaço geográfico é natureza em movimento, e que os territórios são construídos socialmente pelas interações humanas ao longo do tempo. No entanto, esses territórios nem sempre se apresentam de forma harmônica, pois são atravessados por múltiplas experiências e conflitos.
Neste trabalho, mergulho nas territorialidades da prostituição travesti, buscando compreender como se dá a espacialização, a fixidez e a mobilidade dessa prática na cidade. A partir de um olhar que articula território, gênero, violência e corpo, o estudo reflete sobre as relações que se estabelecem entre prostitutas, clientes, cafetões e demais agentes que compõem esse cenário.
A pesquisa se baseia em métodos qualitativos, com levantamento de dados em campo, entrevistas estruturadas e análise do discurso, sempre considerando uma escuta ética e comprometida com o acolhimento psicológico.
O livro traz, assim, uma contribuição à Geografia de gênero, feminista e das sexualidades, ao problematizar as práticas espaciais e territoriais das travestis, revelando como elas constroem e transformam os territórios da prostituição em Macapá. É uma tentativa de dar visibilidade e voz a corpos dissidentes que, mesmo diante da marginalização, seguem criando espaços de vida, resistência e sentido.
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