Há muito tempo uma guerra se iniciou além do Grande Vale em um lugar chamado Noçoquém, um jardim celestial em uma era em que deuses, homens, entes e animais do poder caminhavam lado a lado em perfeita harmonia com a Mãe-Terra.
Neste tempo, o plano terrenal era governado pelos deuses que habitavam o Guajupiá, a Casa do Céu ou Oca Celeste, formada por um panteão de divindades e presidida por Tupã, senhor dos raios e dos trovões.
Por traição e desobediência, muitos destes deuses, lideradas por Anhangá irmão de Tupã, se rebelaram contra a sua autoridade e com ele se confrontaram, sendo vencidos, banidos e precipitados do alto nas profundezas da terra, em um lugar sombrio posteriormente denominado de Andirá-açu ou terra do grande morcego, a Casa do Fogo e da Escuridão, um mundo subterrâneo além do paraíso celeste e do jardim terrenal. Este fato ficou eternamente conhecido como “A Queda”.
Para Anhangá, seu maior pecado foi apaixonar-se por Naruna, a bela índia levada do Noçoquém pelo poderoso regente para ser sua esposa. Mergulhado no mais profundo ódio, derrotado e humilhado perante o panteão dos deuses irmãos, Anhangá jurou vingança e reuniu um grandioso exército liderado por ele e por outros deuses caídos, criaturas impiedosas e bestiais como Muragueguana, Bahíra e Tandavu o Malvado. Para obter sucesso, deveriam capturar uma chave mística, o Coração da Terra chamado de muiraquiitã-piranga, presente dado por Tupã aos homens e que, entre outros poderes, possui o de abrir o Portal do Arco-Íris, ponte que interligava o Andirá-açu (O Submundo), O Grande Vale (A Casa da Terra), O Noçoquém (O Jardim Celeste) e o Guajupiá (A Casa do Céu), os quatro planos do universo. Seu maior objetivo era destronar o irmão, tomar o poder de governo do universo para vingar-se dos homens e das criaturas criadas por Tupã no seu jardim, o Noçoquém. Á harmonia que reinava por infindáveis eras fora quebrada. O Noçoquém mergulhado em sangue e fogo. Com isso, outro exército foi reunido para impedir o avanço das hordas de Anhangá. Formado por milhares de guerreiros de diversos povos indígenas, entes protetores e animais do poder, formou-se então à resistência denominada de Aliança Shabono. Assim, surgiu a lenda de Rairú, o bravo e jovem guerreiro mundurucu pertencente ao temido clã paikicé que levou a Aliança Shabono a vitória final, aprisionando o deus-negro e seu exército pelo laço mágico da Mãe-Terra.
Mais isso não foi por muito tempo. Motivado pela cobiça humana frente ao consumo desmedido dos bens da floresta de onde provém seu poder, a Mãe-Terra foi perdendo seu laço mágico que os aprisionava e enfraqueceu-se libertando Anhangá e seu exército novamente. Não é à toa que a desordem climática e a violência avançam a cada dia no mundo atual também reflexo e fruto da influência maléfica do deus caído.
Nossa saga contará sobre o retorno de Rairú e a nova formação da Aliança Shabono.
De um mundo de magia, batalhas, disciplina e amor à floresta. Um universo fechado aos olhos do homem que ao longo do tempo perdeu seu elo com a natureza, motivado pelo desejo desmedido do lucro e impulsionado pelo avanço de um progresso questionável.
Muito mais que uma ficção, “Rairú e Batalha do Tepequém” é um mergulho na mitologia e no conhecimento dos diversos povos amazônicos, um resgate da história cultura dos povos da floresta e um convite a uma vida mais harmônica com a Mãe-Terra.
Seja bem-vindo!
Número de páginas | 113 |
Edição | 1 (2016) |
Formato | A4 (210x297) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Coloração | Colorido |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
Tem algo a reclamar sobre este livro? Envie um email para [email protected]
Faça o login deixe o seu comentário sobre o livro.