I
A burguesia e/ou o capitalismo, enquanto classe econômica antagonista do materialismo dialético da história, inconformada com o suposto “fim do capitalismo” preconizado por Marx, como medida ideológica reacionária, pode-se com propriedade afirmar, vai passar a se utilizar da ideologia como um real e eficaz instrumento de poder, a fim de, por meio dela:
“Estagnar e/ou paralisar a dialética natural da história, fazendo-se, assim, com que as suas sociedades estejam sempre mudando, mas, sem, estruturalmente e/ou essencialmente, nesse mesmo processo, de fato mudarem”.
Nas sociedades capitalistas pós-modernas, sendo assim (como se tem podido nas últimas décadas perceber), até mesmo os movimentos sociais ditos radicais que, historicamente, se erigiam em busca de mudanças estruturais e/ou significativas (por meio de revoluções, buscando-se, por exemplo, a justiça social por ser entendida esta como sendo a necessária e primeira de todas as justiças) deixaram, nas suas grandes maiorias, de trazer em si uma essência revolucionária, tornado-se movimentos (ainda que inconscientes de sua coletividade cooptada) também conservadores, ao lutarem, conservadoramente, por mudanças que não geram mudanças significativas na estrutura social das chamadas democracias liberais (sociedades capitalistas).
II
O objetivo do nosso trabalho, dentro desse contexto, é realizar um estudo sobre as relações entre o Pós-neoliberalismo, as novas formas de ideologia capitalista do séc. XXI e a educação, na medida em que estes (também enquanto um trinômio ideológico capitalista) têm servido para legitimar e sistematizar a hegemonia do mesmo (capitalismo) em escala global e/ou planetária na presente era pós-moderna.
Essas, para nós, evidenciam-se como a e/ou como uma das mais radicais e, ao mesmo tempo sutis, formas de hegemonia capitalista presente no século XXI.
Sendo assim, nosso objetivo é também buscar compreender como é que, por meio da ideologia do “Sucesso Escolar, atrelada esta à ideia de um único dito caminho garantido para o alcance da ascensão social”, a educação passa a ser concebida e/ou colocada socialmente como um produto e, a Escola, na mesma via, sistematizada como aquela cuja função deve e/ou deva ser a de não somente “formar mão de obra barata e qualificada para a formação do exército de reserva no mercado de trabalho”, como preconizada por Marx, mas, também, a de, ao socializar os indivíduos, fazê-los incorporarem, como sendo seus próprios, os valores e/ou princípios capitalistas (Consumismo, Meritocracia, Individualismo, etc.), tornando os membros da sociedade civil, especialmente no que se refere aos modos de ser, de sentir e de agir, também capitalistas. Ou seja, tornando-os indivíduos que, apesar de excluídos sociais e/ou de materialmente pobres, tenham sobre si, em suas psiques, os valores e princípios capitalistas.
II
Espera-se que essa obra possa servir não somente à formação de uma geração criticamente mais consciente, mas, também, mais emancipada intelectualmente, ou seja, politicamente mais participativa e transformadora da sociedade global elitista e excludente em que se vive.
O autor
ISBN | 978-1500478117 |
Número de páginas | 162 |
Edição | 1 (2014) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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