Ninguém escapa do próprio umbigo. Ele é a cicatriz inaugural, o marco da primeira conexão com o mundo, e, ironicamente, o primeiro corte. É dele que viemos e para ele que voltamos — não biologicamente, mas simbolicamente. Cada vez que fugimos do coletivo em nome da vaidade individual; cada vez que preferimos a aparência à escuta, o reflexo ao diálogo, a verdade do “eu” em detrimento do outro. O umbigo, neste livro, não é apenas uma metáfora anatômica — é um espelho social.
Este livro é um convite incômodo. Ele não traz soluções nem respostas. Não promete iluminações nem verdades universais. O que você encontrará aqui são desreflexões — fragmentos de pensamento que se propõem a escavar camadas do cotidiano, da cultura e do comportamento humano a partir de uma perspectiva que beira o desconforto, flerta com a ironia e caminha lado a lado com o absurdo.
A ideia de “desrefletir” é um gesto deliberado. Ao contrário da reflexão pura, que busca profundidade, coerência e sentido, a desreflexão se permite tropeçar, hesitar, se contradizer. Ela não tem pressa nem compromisso com a linearidade. Está mais próxima de um suspiro do que de uma tese. É, talvez, uma forma de pensar que se dá pelo avesso, com cansaço e algum sarcasmo.
Este não é um livro de respostas. Ele é feito de perguntas sem solução, de frases inacabadas, de silêncios incômodos. Cada texto, por menor que seja, pretende abrir uma fresta. E se o leitor se incomodar, ótimo. Incomodar é uma forma de fazer contatos
Número de páginas | 81 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A4 (210x297) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Estucado Mate 90g |
Idioma | Português |
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