Numa cidade fictícia chamada Brasiléia, onde o patriotismo é desfile e a justiça, um jogo de cena, desenrola-se o julgamento mais emblemático da história recente: o do réu Pindorama Quaresma da Silva — acusado de um crime que, segundo dizem, é imperdoável em solo pátrio: ser um mau-brasiliota.
Sem advogado, sem defesa, mas com um passado recheado de opiniões inconvenientes, Pindorama enfrenta um tribunal sedento por espetáculo e redenção pública. O Promotor, herói moral da nação e polido com cera importada, clama por punição exemplar; o Juiz, figura solene e opaca, talhado em mármore estrangeiro, encarna a imparcialidade dos que já escolheram um lado; e o Conselho de Sentença, composto pelos bons cidadãos de sempre, anseia por um veredicto que reafirme suas próprias opiniões.
O julgamento de Pindorama trás mais que uma sátira jurídica: é um espelho torto da tortuosa sociedade brasileira — onde a ignorância é virtude, o cinismo é mérito, e a cidadania, privilégio de poucos. Entre delírios patrióticos, ritos farsescos e aplausos ensaiados, todos somos desafiados a responder a pergunta incômoda: o que, afinal, faria de alguém um bom brasiliota?
Número de páginas | 99 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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