O Beco da Saudade
A cidade de Teófilo Otoni, no nordeste mineiro, está em plena ascensão comercial e cultural entre as décadas de 1930 e 1950. Suas lapidações de pedras preciosas e semipreciosas são notáveis e muitas. Prósperos fazendeiros são donos de imensas terras para o cultivo de milho, feijão , café e a criação de rebanhos bovinos. As avenidas Getúlio Vargas e Francisco Sá se destacam pelos inúmeros pontos comerciais e pelos bares, bilhares e zona boêmia, respectivamente. A Estrada de Ferro Bahia e Minas (E.F.B.M.) presta muitos serviços e oferece muitos empregos diretos aos teófilo-otonenses. Saudosa ferrovia que liga Minas à Bahia!
Elza sente-se em apuros quando recebe uma carta da prefeitura, na realidade, o decreto da futura desapropriação de seu hotel e do beco circunvizinho. No local próximo à zona boêmia, seriam construídos uma escola técnica de caracterização de pedras preciosas e minérios do Vale do Mucuri e um complexo de exposição desses bens anexo a ela. Todos os habitantes da viela ficam apreensivos com a triste notícia. Elza e Seu Raimundo— este representando todos os inquilinos do beco — procuram um advogado para orientá-los e ajudá-los a saírem desse impasse. Dão a causa a Dr. Ruy Campos, renomado causídico da cidade.
O proprietário do Beco do Oleiro, Sr. Joel, homem muito avarento e agiota, está, de certa forma, tranquilo, pois irá receber uma gorda indenização da desapropriação e demolição da viela. Elza consegue, então, uma audiência com o prefeito Jamir, um descendente de libanês jovem e muito voltado às causas sociais, principalmente às dos mais pobres. Ela sai de lá mais esperançosa. O prefeito manda sua assistente social Maria Amélia para estudar a situação do pessoal do beco e do hotel. No final, Elza e Seu Raimundo ganham a causa e, surpreendentemente, Elza se torna a dona legítima do Hotel Chamego, do Beco do Oleiro e de todo o terreno pertencente à falecida dona Sophia, sua mãe adotiva.
O romance O Beco da Saudade, apesar de ser de pura ficção, traz também algumas nuances históricas das imigrações alemã e libanesa na região e revela personagens da mais diversas culturas e índoles, por exemplo: Elza,mulher que luta pela justiça e realização de seus sonhos, pessoa muito acolhedora; Elasmina, empregada de confiança de Elza; Raimundo Campos, padeiro e poeta , homem muito carismático; prefeito Jamir, jovem descendente de libanês, muito idealista, afeito à justiça em favor menos favorecidos socialmente, e suas assistentes sociais Maria Amélia e Lúcia Natali, mulheres de muita garra e determinação; Manoelzinho de Ouro, homem mulherengo, ingênuo, generoso; dona Antônia, viúva batalhadora, mãe de cinco filhos, artesã e professora rural, em Nanuque, MG; dona Antonieta, professora primária e poetisa de notável saber, em Itambacuri, MG. Surgem muitos outros personagens marcantes, vinculados às cidades e aos distritos dos Vales do Mucuri , Jequitinhonha e Rio Doce, com suas ações e aventuras peculiares. É isso aí!
Jean Calbrant
São Paulo, 23 de maio de 2023.
Número de páginas | 221 |
Edição | 1 (2023) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Ahuesado 80g |
Idioma | Português |
Tem algo a reclamar sobre este livro? Envie um email para [email protected]
Faça o login deixe o seu comentário sobre o livro.