Menino retirante vai ao circo de Brodósqui apresenta uma estrutura poética organizada em doze seções numeradas em algarismos romanos, que criam um percurso narrativo lírico intercalando texto e imagens.
A obra estabelece um diálogo direto com as pinturas de Cândido Portinari, convertendo elementos visuais em expressão poética. O início é marcado por uma ode dedicada a João Cândido Portinari, filho do pintor, estabelecendo desde as primeiras páginas a conexão entre texto e artes visuais que permeia todo o livro.
Cada seção funciona como um quadro textual que complementa as pinturas reproduzidas, articulando uma narrativa fragmentada sobre a experiência de um menino retirante. O poema inicial, "Ode a Joaninha!", imprime um tom de desprendimento espiritual ("Eu me separo alegremente da pátria/E busco a praia amada"), retomado nas reflexões existenciais ao longo da obra.
A obra transforma a experiência de deslocamento e marginalização social em matéria de reflexão estética e existencial, evitando o tom panfletário ou simplificador. Os poemas sustentam uma tensão constante entre o trágico da condição retirante e a dimensão lírica da percepção infantil, criando um espaço de resistência pela imaginação.
A linguagem, ao mesmo tempo regional e universal, conecta a experiência particular do migrante nordestino a questões humanas essenciais, como a busca por pertencimento, a relação com o sagrado e a transformação da dor em expressão artística.
| Número de páginas | 62 |
| Edição | 1 (2025) |
| Formato | A5 (148x210) |
| Acabamento | Brochura c/ orelha |
| Coloração | Colorido |
| Tipo de papel | Ahuesado 80g |
| Idioma | Português |
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