“Todos os impérios morrem de indigestão.”
Napoleão Bonaparte
É preciso, sem dúvida, estar muito longe desses tempos cegos e imprudentes, tão cheios de cinismo, licenciosidade e matança, para ver neles qualquer tendência progressista. Seria, então, a conclusão de que milhões de homens sacrificaram suas vidas por nada, exceto para satisfazer os caprichos de títeres gananciosos e generais muito condecorados.
Para cada efeito, deve haver uma causa adequada, tanto nos assuntos humanos como no mundo físico. Ignorância, ganância, ódio, desejo de lutar, uma obediência bestial - isso explica muito, mas não é tudo.
A tirania é sempre a primeira, como o autogoverno é a última das conquistas sociais.
Já foi dito que a origem do Estado, ou sociedade política, encontra-se no desenvolvimento da arte da guerra. Esta parece ser uma declaração parcial ou inexata dos fatos. A origem do Estado está na necessidade de proteger as vidas e assegurar o aumento da propriedade necessária a uma sociedade em crescimento; e é apenas em tempos relativamente modernos que a manutenção da ordem interna foi claramente distinguida da arte da defesa e ofensa militar, ou do aumento da propriedade pelo cultivo do aumento da propriedade pela conquista.
O grande desconhecido da Idade da Pedra que inventou a flecha com ponta de sílex desencadeou uma onda de expansão que estava fadada ao fracasso de todo esforço meramente destrutivo. O homem é um animal preguiçoso; e não haveria progresso se não fosse a pena que recai sobre o indivíduo ou a sociedade que não produz mais do que destrói.
Olhando para trás, para a procissão dos tempos, o fluxo e refluxo das populações, a construção e o colapso dos Estados, não somos levados à conclusão de que a fé do homem simples em um “propósito crescente” que atravessa tudo, uma tendência da violência à razão, é uma vã superstição?
Número de páginas | 135 |
Edição | 1 (2022) |
Formato | A4 (210x297) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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