01. Bordoadas do destino
Ao amanhecer, torcido pela a dor...
Ele segue a estrada seca;
Levando na pele e na sina
A cor negra da noite.
Marcado pelos os açoites
Das bordoadas do destino:
Cabisbaixo... O velho caminha
Sobre um velho burro cargueiro
(Levando barris divididos...).
Os dois velhos... Desprotegidos...
São bons companheiros!
E seguem - sozinho... Sozinho...
- E a sombra desanimada
Segue rente ao chão:
Paralela ao burro
E ao negro sem ilusão!
A água está longe... No entanto,
Mais próxima que a esperança
De que um dia acabe a seca e a fome:
Miséria do sertão.
O velho esgotado,
Sem recurso e prestigio, nos revela...
Através de simples e profundo vestígio,
Onde a sofrida feição nos expressa,
Um silencioso hino...
Por marcas inevitáveis...
Das bordoadas do destino.
Número de páginas | 122 |
Edição | 1 (2016) |
Idioma | Português |
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