O Livro de Enoch, também conhecido como Enoch etíope, é uma obra apócrifa que tem raízes profundas na tradição judaico-cristã. Mencionado em algumas cartas do Novo Testamento, como Judas, Hebreus e 2ª de Pedro, este texto gozava de aceitação aberta entre os primeiros seguidores de Cristo até a elaboração da Vulgata, por volta do ano 400. Antes desse ponto, os escritos cristãos faziam referência a Enoque, aceitando-o como uma narrativa verídica.
Contudo, com o tempo, o Livro de Enoch caiu no esquecimento após a Vulgata, sendo preservado integralmente apenas em uma cópia, na língua etíope. Este fato levou à sua designação como Enoch etíope. Apesar de ter sido marginalizado ao longo dos séculos, o livro permanece fascinante e sugere um caráter autêntico. Nesta única cópia etíope, revela-se uma narrativa intrigante, proporcionando uma visão única das tradições religiosas e espirituais que permearam a história do judaísmo e do cristianismo primitivo.
A autoria e a data exata de composição do Livro de Enoch são temas de debate entre estudiosos, e não há consenso sobre essas questões. O livro é atribuído tradicionalmente ao personagem bíblico Enoque, bisavô de Noé, conforme mencionado no Antigo Testamento (Gênesis 5:18-24). No entanto, os acadêmicos modernos geralmente concordam que o Livro de Enoch é uma obra composta por diferentes partes em períodos diversos.
O conteúdo do livro reflete influências judaicas e, em alguns casos, pode ter sido escrito durante o período do Segundo Templo (cerca de 530 a.C. a 70 d.C.). Algumas partes podem datar do terceiro século a.C., enquanto outras podem ser posteriores, indo até o primeiro século d.C. A complexidade da obra sugere múltiplas camadas e tradições incorporadas ao longo do tempo.
Número de páginas | 361 |
Edição | 1 (2024) |
Idioma | Português |
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