A cartilha O gado e os códigos de linguagem investiga, de modo original e rigoroso, como a sociedade sertaneja brasileira contribuiu para a formação do Estado nacional a partir de uma estrutura simbólica específica: a gramática das marcas de ferrar gado. Por meio de uma análise sociológica, histórica e antropológica, os autores demonstram que os códigos inscritos nos corpos dos animais pelos vaqueiros dos sertões nordestinos funcionavam como uma linguagem de registro social, propriedade, pertencimento e identidade.
A obra argumenta que, em contextos marcados pela escassez de escrita formal, as marcas de ferro assumiram a função de documentos reconhecidos pelo Estado, instaurando uma forma rudimentar, porém eficaz, de organização social e jurídica. Esses códigos constituíram uma gramática não fonética que servia não apenas para indicar posse de bens, mas também para orientar relações sociais, práticas culturais e vínculos comunitários. Essa “gramática sertaneja” era ao mesmo tempo meio de comunicação, de legitimação política e de inscrição espacial, revelando um sistema complexo de racionalidade e saber tradicional.
Dividida em cinco capítulos, a cartilha percorre desde o mundo simbólico da sociedade sertaneja e a lógica dos envolvidos na constituição de sua linguagem, até os instrumentos materiais e culturais usados na formação dessa gramática. A obra propõe, ao final, que este legado histórico seja reconhecido pelas novas gerações como parte essencial da formação do Brasil.
ISBN | 9786501549781 |
Número de páginas | 84 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | Pocket (105x148) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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