Quando conheci o Juan, tudo o que passei a desejar foi formar uma família com ele.
Imaginava que nossos filhos seriam lindos mesticinhos de cabelos e traços afro e talvez com olhos claros.
Foi tudo detalhadamente planejado.
Fiz exames, me cuidei, tomei ácido fólico e conseguimos, logo no segundo mês após eu parar de tomar a pílula.
Como mamãe de primeira viagem, e vivendo em plena era da internet, pesquisei muito sobre o tema.
Vi mulheres relatando que a gravidez e ser mãe não tinha apenas o lado bonito que vemos publicado nas redes sociais e TV.
Vi que ser mãe é um trabalho árduo, que exige dedicação e, quando possível, preparação.
E me preparei para isso.
Me preparei para ver meu corpo modificado de diversas maneiras.
Me preparei para sentir meus órgãos apertando até me faltar o ar conforme minha filha crescia.
Me preparei para ter muita queda de cabelo após o parto.
Me preparei para não ter uma noite de sono decente por pelo menos dois anos.
Me preparei para ter que interromper meu almoço para trocar uma fralda...
Porém, nada e ninguém me preparou para o pior.
O aborto é uma realidade que, em média, 30% das grávidas vivem, porém nem sempre são alertadas nem mesmo pelos médicos.
Quando comecei a escrever este diário, minha intenção era um dia imprimi-lo em formato de um lindo livrinho e presentear minha filha, talvez em seu aniversário de 15 anos.
Infelizmente, esse dia não chegará.
O que era para ser um presente, hoje não passa de um desabafo de uma mãe com braços e ventre vazios e uma filha que ela nunca conhecerá.
Número de páginas | 47 |
Edição | 1 (2018) |
Formato | Pocket (105x148) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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