Tradicionalmente considerada como figura de retórica, a metáfora sempre teve seu aspecto associado ao problema lógico da função dos signos. Nesta obra, a metáfora passa a ser interpretada por um viés experiencialista, de natureza da linguagem motivada e da noção de cognição situada. Daí porque ser também um trabalho cuja perspectiva interdisciplinar inclui estudos nas áreas da linguística, semântica, antropologia, lexicologia, pragmática, filosofia, ciências cognitivas. É uma pesquisa baseada na teoria de Lakoff e Johnson (2002 [1980]) e nos estudos da Linguística e Semântica Cognitivas e da Terminologia. Retrata o modo pelo qual os conceitos podem ser embasados, estruturados, relacionados uns com os outros e definidos. Tem por objetivo geral realizar uma investigação sobre a linguagem figurativa, a natureza da metáfora conceptual, à luz da produção de dados empíricos provenientes de pescadores artesanais da comunidade de Baiacu/Vera Cruz/Bahia. Utiliza-se do método de análise de corpus e do Processamento de Identificação de Metáforas (PIM). O levantamento dos dados consiste de entrevistas que foram gravadas e transcritas, constituindo-se em fontes de pesquisa aplicadas juntas aos sujeitos da investigação. Os resultados revelam que a metáfora opera no nível de conceitos individuais e expressões metafóricas e que não se pode separar o individual do coletivo, nem o pensamento da ação, todos dependem da experiência corpórea e cultural de cada grupo humano para a representação de modelos de categorização da metáfora. Apontam ainda que as categorias apresentadas na análise, do ponto de vista conceptual, são as mais prototípicas, podendo-se concluir que estas categorias estão mais fortemente enraizadas no pensamento, na cultura e no léxico dos pescadores, comprovando a perspectiva de corporização da cognição e da interação dos fatores sociais e cognitivos.
Edição | 1 (2018) |
Idioma | Português |
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