O livro Soledade, de Antonio Costta, inscreve-se no campo da literatura memorialística e da crônica social com notável densidade estética e afetiva. Trata-se de uma obra que, embora ancorada na experiência individual do autor, transcende o plano autobiográfico para constituir um espaço simbólico de resgate cultural, identidade regional e resistência narrativa.
Ambientado majoritariamente no municipio de Pilar, na Paraíba, o livro propõe um mergulho no universo da vida cotidiana nordestina, especialmente no interior do estado, apresentando personagens, paisagens e situações que remetem a um Brasil profundo, muitas vezes ausente das representações hegemônicas. Ao lançar mão da crônica como forma predominante, Costta consegue articular memória e tempo presente em uma prosa que preserva marcas do lirismo poético, herança perceptível de sua trajetória literária anterior.
O estilo adotado pelo autor não busca a espetacularização da realidade, tampouco idealizações saudosistas. Ao contrário, revela-se em sua simplicidade uma sofisticada elaboração da linguagem, que valoriza a escuta, a observação e a atenção aos detalhes cotidianos. Elementos da oralidade, traços da cultura popular e referências afetivas locais — como a feira do Pilar, a enchente de 1985, ou personagens como Seu Júlio e a mulher Soledade — conferem à obra um caráter antropológico, ainda que não sistemático, e um valor documental importante.
ISBN | 9781300249481 |
Número de páginas | 188 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Ahuesado 80g |
Idioma | Português |
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