Numa viagem à cidadezinha onde o pai nasceu, no interior de Minas Gerais, o jovem Cosme Júnior conhece o personagem que instigou a sua maior fantasia na infância: Seu Lavínio, o coveiro de São Lalão.
As histórias sinistras, contadas pelos tios, remetem à suspeita de que o coveiro dialoga com os mortos, dando-lhes notícias sobre o dia a dia de parentes, amigos e inimigos vivos, como se ele fosse a ponte entre dois mundos.
Agora, diante deste estranho personagem, numa visita ao cemitério onde o avô fora enterrado, o jovem fica ainda mais impressionado.
Homem de prosa cativante, Seu Lavínio mostra os túmulos, no passeio pelas alamedas, e, para surpresa do rapaz, apresenta os defuntos, revelando casos fantásticos e surpreendentes.
São esses casos – a defunta beberrona, o ancião enterrado vivo, o açougueiro assassino, o burro inteligente, o anão pão-duro -, entre muitos outros, que recheiam o romance REPRESA DE ALMAS, tendo o coveiro como fio condutor e personagem principal.
Neste seu mergulho às profundezas da alma mineira, o autor pinta um quadro alegre e melancólico, com todas as cores, sabores e cheiros da boa prosa, em mais uma tentativa de contar aos leitores o “irrevelável segredo chamado Minas.
Ao fim do romance, quando a fictícia São Lalão é inundada pelas águas do rio, para a formação da represa de uma hidrelétrica, surge a crítica de um Brasil rural que progride, mas que, infelizmente, afoga as suas raízes, desprezando a identidade do povo.
Para o leitor, que desde o início se perguntará: “quem, afinal, escreveu o livro?”, fica uma surpresa, na historinha final.
Número de páginas | 192 |
Edição | 1 (2016) |
Idioma | Português |
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