Este livro é parte de uma longa pesquisa que Alexandre Reis, professor e pesquisador do Centro de Integração do Mercosul, da UFPEL, vem realizando desde 2021, sobre as compreensões da morte nas fontes antigas.
O título remete o leitor à desconstrução da ilusão de uma resposta fácil diante das escrituras antigas, tão variadas. A ideia de autoria, revela o autor, pertence à modernidade. Não há a pena isolada de um evangelista solitário, mas comunidades inteiras que, entre perseguições, rituais domésticos e a esperança da volta iminente do Cristo, recolheram ditos, reconstruíram lembranças e inscreveram nos papiros o que antes circulava na oralidade. Os textos canônicos e os apócrifos, lidos aqui lado a lado, revelam um cristianismo plural, atravessado pelo judaísmo, pelo helenismo e pelo império romano. O Cristo que surge dessas páginas não é único: em Marcos, seu último grito é abandono; em Lucas, é entrega; em João, é consumação. Já nos escritos de Pedro ou de Tomé, a narrativa ganha contornos inesperados, uma cruz que fala, um Cristo que não morre, ditos enigmáticos que dispensam a crucifixão.
Irineu de Lião, ao condenar heresias, deixa entrever a abundância de interpretações; Paulo, acusado por Nietzsche de ser o “primeiro teólogo”, projeta sua sombra sobre o destino do cristianismo; os manuscritos de Nag Hammadi e os papiros de Akhmim recordam a diversidade abafada pela vitória do cânone.
Alexandre Reis abre novamente, e forma surpreendente, uma caixa de Pandora perigosa.
ISBN | 9798264610400 |
Número de páginas | 198 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Ahuesado 80g |
Idioma | Português |
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