O Almoço Interestelar
Acabo de chegar de uma grande viagem interestelar, direto do espaço sideral. Estávamos num almaço, na casa branca, de onde ganhei meu cavalo e a minha espada, estávamos entre sete pessoas.
Lembro-me que o mestre havia me convidado para este almoço pela manhã, mas agora é noite, e de onde vim tudo brilhava como ouro, era um lindo dia de sol que iluminava o ambiente como luz fosforescente.
Era uma luz branca e perfeita para o local e o próximo ritual, que mais adiante, logo se realizaria.
O convite não foi formal, mas a recepção esclarecia por que fui convidado. Nada me era estranho! Apesar de tudo, ser algo novo me parecia familiar, coisa de mestre e de Discípulo.
O bom anfitrião era um senhor de barbas brancas longas, ele era branco, alto e tinha cabelos cumpridos. Atendeu-nos com uma doce cordialidade indescritível, era incrível a sua imagem com uma sensível e notável pele, que mais parecia ser transparente.
Seu semblante era de luz, sua voz, soava como uma nona sinfonia tocada pelo anjo do sol. Andava como se nem tocasse o solo. Sua leveza era notável em todos os seus movimentos.
Pude sentir também, sua energia, porque onde ele passava e tudo o que ele tocava, deixava o seu toque mágico e, qualquer um podia sentir.
Quando eu e o mestre Wothan passamos por ele, notei uma coisa muito especial. Um enorme e, perfeito circulo mágico, trazia uma energia cor de ouro, que nos sustentava como se estivéssemos no ar, flutuando.
Andávamos como se fossemos levados por alguém.
Sua mente e sua lucidez nos transmitiam uma força visível e ele nos sentia em seu campo áurico. Sua Thelema era que pudéssemos sentir e nos mover como ele, além de desejar que possuíssemos os seus poderes.
Dentro de nós, essa força palpitava, nos revelando o controle com a nossa mente de uma maneira segura e muito misteriosa. Essa, além da certeza, nos trazia também, o Novo Aeon da Liberdade.
Meu corpo de carne parecia não ser real. Mas, era eu, com sensação de estar ali com corpo e tudo, dentro de mim para comigo mesmo, naquele momento tão especial.
Minha cabeça pensava com uma velocidade indescritível.
Até agora, não consegui entender direito, como pude pensar tão rápido. Era como se estivesse vendo as coisas daquele lugar, direto com a mente espiritual dele. Ou, através da mente dele.
Caminhamos em direção a enorme mesa que havia dentro de uma enorme sala. Tudo já estava preparado, e, tudo, era muito mágico, como se nada fosse real, tudo, era muito leve e iluminado. Até o meu próprio corpo, já não o sentia como antes e de mim resplandecia uma luz.
Ao me sentar, na enorme mesa, de frente com a doce imagem, acompanhado por minha família sideral, a esposa, o mestre Wothan e os seus três filhos; senti-me exaltado em meu espírito.
Estava tão impressionado com a beleza de tudo, que nem pude, naquele momento, imaginar, de quem se tratava. Não quis pensar em nada. Não queria tentar adivinhar, só queria viver aquele mágico e lindo momento tão raro esplêndido como mais uma nova experiência.
Eu vivi ali, mais um ritual sagrado, onde mais um segredo se revelaria para a minha humilde figura. Então, resolvi esperar para saber o final de todo aquele extraordinário mistério.
Antes de começarmos a comer, daqueles alimentos tão peculiares a ilustre presença do anfitrião deu graça dizendo por três vezes:
_ Berlilin, Berlilin, Berlilin, ânfora de salvacion, quisera estar junto a mim, el materialismo não tende força junto a mim...!
_ Berlilin, Berlilin, Berlilin, ânfora de salvacion, quisera estar junto a mim, el materialismo não tende força junto a mim...!
_ Berlilin, Berlilin, Berlilin, ânfora de salvacion, quisera estar junto a mim, el materialismo não tende força junto a mim...!
Em seguido, ficamos em silêncio por sete minutos, e a bela voz diz:
_ Já podemos comer.
O mestre Wothan se manifestou dizendo:
_ A terra, a água, o fogo, o ar, o éter, a mente e a inteligência, todos..., são de uma falsa realidade. Ambos são constituídos de uma forma de natureza material, que devem ser compreendidos como de fato são. Não devemos mudar nem inventar outra forma para estes.
Levanta a voz sutil, do velho sábio, á minha frente, e diz:
_ Toda essa grosseira forma de vida e energia, foi constituída da imaginação da mente do ToDo. Porém, é a mente das criaturas que usam e distorcem a mesma Energia. Porque esta é a mesma que é usada pelo ToDo em toda a história da raça humana.
Ficando em silêncio e com sua face voltada para mim, olhou-me como se dissesse; vai, pode começar a comer, você é o nosso convidado de honra. Esperamos por este dia, há muito tempo.
Ao ler o seu pensamento, ele também teria lido o meu, e com um toque mágico, dentro de sua mente, em sua thelema, afirmando-me para que eu começasse a comer.
Comecei a me servir e comer e todos se manifestaram á mesa. O que tínhamos como almoço era uma coisa muito diferente do que comemos aqui. Pois, tudo era verde! Mas, não posso descrever aqui, porque não pude perceber, se quer o que comi naquele almoço.
Sei que era; legumes e hortaliças, isso eu posso dizer, mas, de que espécie era não poderei descrevê-los.
Pois, os seis sentidos que usava, era espiritual, naquele momento, e os alimentos, não tinham gosto e nem sabor.
As crianças se comportavam como anjos. A mãe serviu cada um deles, enquanto o mestre servia o anfitrião. Este me olhava como se quisesse dizer algo sobre o meu comportamento. Senti-me em casa, e, não fiquei fazendo cerimônias.
Percebi que fui aprovado pela desenvoltura, mas, tive dúvidas porque seus olhos filmavam todos os detalhes e movimentos de minhas mãos e, parece que ele sabia de antemão, até o que minha mente pensava a todo o tempo. Estavamos conectados mentalmente.
Contudo, antes do movimento, ao tentar pegar um prato verde, mais que de pressa, ele o trouxe até a mim, com apenas um olhar.
Recebi o prato no ar, nada o segurava.
Olhei dentro dos teus olhos, e, levemente, ele afirmou com a cabeça dizendo-me, sirva-se.
Entendi sua língua espiritual e viajei na mesma energia, lembrando e sentindo na pele, o dia do meu batismo no quintal da Sociedade Alternativa. A energia, frequência e a vibração eram de suprema excelência.
Os alimentos que comíamos, eles não desapareciam.
Incrível, mas com este ritual, o mestre me mostrava que não precisávamos nem comer aquilo, e, muito menos, comer os bichos. Animais mortos, que quando fora da geladeira, fedem como comida de urubu.
Uma voz diz:
_ O corpo morto alimenta o corpo vivo.
Olhei e não avistei ninguém na direção de onde partiu a voz.
O mestre Wothan levantou e tomou um livro grosso em suas mãos e ressalta umas palavras que dizia as seguintes palavras:
_ Uma pessoa faz sacrifício neste mundo para pagar seus pecados.
_ Quando os sacrifícios perdem os méritos, se esgotam.
_ Então, a entidade viva descende a terra em forma de chuva, depois toma forma de grãos, e os grãos são comidos pelo homem e transformados em sêmen, o qual fecunda uma mulher, e desse modo à entidade viva alcança outra vez, a forma humana para executar sacrifícios e assim, repetir o mesmo ciclo. (Aqui está a base da letra: Medo da Chuva).
_ Dessa maneira a entidade viva vai e vem no mesmo caminho material. Entretanto, a pessoa consiste de Deus, e de tal modo, se prepara para voltar ao supremo.
Depois ele fechou o livro e colocou-o sobre a mesa, diante dos meus olhos, de onde pude ler em sua capa:
O Bhagavad Gita Como Ele é.
Pensei comigo, não foi à toa que Medo da Chuva, foi à primeira música que o mestre me ensinou.
Pois, ai, eu perdi o meu Medo da Chuva e aprendi os segredos da vida, porque ele me ensinou que a chuva voltando para terra, traz coisas do ar. E o ciclo da vida do homem continua a existir.
A sutil voz se aproximou de mim e disse-me em meus ouvidos:
_ Você aprende rápido!
Olhei para ver se via ele ao meu redor e não havia ninguém à minha volta. Sai rápido e fui para outra sala que havia do outro lado, e lá estavam. Saíram de uma maneira mágica, talvez para mostrar-me de uma vez por toda, sobre o fantástico poder e a real existência daquele ilustre senhor. Um ser ascensionado que tende a ajudar o povo da terra.
Ao me aproximar, a esposa mãe, disse-me:
_ Não tenha medo, meu filho! Venha você faz parte deste mundo há muitos aeons! Aqui está a sua família, á quem você tanto busca.
Sentei-me do lado dela e percebi que aquele almoço era mais um dos arranjos do mestre para me apresentar a minha própria história.
Ela me abraçou e as crianças se aproximaram e fizeram o mesmo. Minutos depois, saímos e fomos para outro lugar, onde jamais tinha ido, e lá estava de antemão, a ilustre presença.
O anfitrião carismático e doce era nada mais que o mestre dos mestres. Este, por sua vez, me toma pelo olhar, me conduzindo ao centro do ambiente e acena com as mãos, num gesto bem delicado e leve, me disse:
_ Senta-te numa posição de meditação e concentra-te.
Ao fechar os olhos, fui levado para outro lugar. Lá estávamos entre uma multidão de pessoas. O sábio mestre disse-me:
_ Esta ordem decorrente é para o povo da terra. Um dia você vai construir, realizando assim, o sonho da Sociedade Alternativa que meu fiel Discípulo tanto almejou realizar. Mas você sabe que o seu período, foi diferente. E agora, você, discipulado dele, tem essa liberdade e daremos a você a possibilidade para a realização da Cidade das Estrelas em cada pessoa. E, um dia, você vai escrever um livro falando sobre a Sociedade Alternativa como ele queria e de fato como Ela é.
_ Como ele queria. Repetiu!
_ Eu sou Wiryd Thelema, uma espécie de homem do tempo.
De repente, tudo desapareceu e no meio do nada me vi, e voltando para casa, retornei-me ao corpo da terra.
ISBN | 9786500938982 |
Número de páginas | 186 |
Edição | 33 (2024) |
Idioma | Português |
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