Nem bobo nem nada

Por Rui Werneck de Capistrano

Código do livro: 139785

Categorias

Humor, Aventura, Literatura Nacional

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Sinopse

Eu imediatamente fui fisgado

Werneck me mandou, por e-mail, aos poucos, essa história feita de fragmentos que se arranjam sobre um silêncio, ou sobre um branco. É um mundo de pequena classe média, mais para baixo do que para cima.

Eu imediatamente fui fisgado. Queria saber o que viria depois, os acontecimentos, os destinos. As informações vêm naquilo que o pintor conta. Seus raciocínios, sua sensualidade, o erotismo que extravasa por tudo, permeia esses silêncios brancos. Eles criam intuições capazes de formar uma visão das coisas, trazidas dentro do que o contador percebe e alcança. Esse pintor de paredes tem jeito de gente boa; incapaz de resistir às mulheres, navegando entre obrigações, devoções e adultérios.

Werneck foi mandando, pedaço por pedaço, o Nem bobo. Grudei, fiquei esperando cada vez mais, e entristeci quando acabou.

Achei que devia publicar. Ele resistiu um pouco, mas acabou cedendo. Vale a pena. Tudo tem um tom muito justo, e um fragmento puxa o outro. Não é preciso fazer análise complicada para se perceber o interesse da história, o quanto ela envolve o leitor. Basta o primeiro fragmento:

— Acho engraçado. O cara me pergunta:

o que vai deixar pra ela? Vai deixar a casa e tudo?

Acho engraçado, sim.

Pronto. Está ali, evidente, tangível, quem fala e de onde fala. Depois, o resto traz mais, sempre certeiro, sempre inspirado.

Jorge Coli, historiador da arte

Características

Número de páginas 176
Edição 1 (2013)
Formato A5 (148x210)
Acabamento Brochura c/ orelha
Coloração Preto e branco
Tipo de papel Offset 90g
Idioma Português

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Fale com o autor

Rui Werneck de Capistrano

Fala, Sérgio Fantini!

Em 1986 vi na seção de cartas da revista Primeiros Toques (da Brasiliense – uma geração se formava àquela época...) o anúncio de um livro de frases e desenhos em forma de talão de cheques. Enviei meu Carapuá pros autores e recebi, em seguida, Bife Sujo & Cia, dos curitibanos Rui Werneck de Capistrano e Neri Gonçalves da Rosa.

Nascia uma correspondência – e uma amizade – que dura até hoje.

Em 1992 Neri faria os desenhos pro meu Cada um Cada um, um de meus livros mais bonitos, graficamente (contou tam-bém com o luxuoso auxílio de Juarez Gonçalves na produção gráfica e a competência – e paciência – do bom e velho Edvaldo “Queiroz”), e que, apesar de alguns elogios inesquecíveis, como de Tião Nunes e Uilcon Pereira, não teve maior repercussão.

Já o Werneck tornou-se uma referência importante para mim, inclusive no nível pessoal. Além de publicar poemas meus em algumas versões do zine Bife Sujo, convidou para sentar à sua mesa, providenciou as geladas e quase não me deixa pagar a conta.

Não vou minutar a biografia do RWC aqui, mas alguma coisa vale a pena destacar.

Peladeiro, ganhou campeonatos; sinuqueiro, bate taco com cobras de nível nacional; publicitário, é autor de ideias que se tornaram matéria obrigatória no meio; pai, tem quatro filhos (uma delas é top model em São Paulo, agência Elite, hoje); gravou CD com Striq e fez letras para banda punk de Porto Alegre – Pupilas Dilatadas; cervejeiro, é das melhores companhias que conheço; leitor e ouvinte de música, tem uma erudição fudida; amigo, é amigo de seus amigos.

Alguns muitos anos depois de trocarmos as primeiras cartas, nos conhecemos pessoalmente numa Bienal do Livro em São Paulo, onde ele morou por algum tempo. Depois desse, acho que nos encontramos apenas umas quatro vezes: em São Paulo, onde fui lançar (...), em Curitiba, onde fui lançar meu Coleta Seletiva, em BH, onde ele veio passear com a namorada, em São Paulo, onde fui participar da Primavera dos Livros. Acho que é só.

Alguém brincou que, como Obelix, que caiu num caldeirão de poção mágica quando era criança, Werneck caiu num tanque de aditivos.

Por profissão é publicitário há 33 anos. Fez campanhas em Curitiba que serviram de exemplo para o Brasil: Lixo que não é lixo não vai pro lixo – SE-PA-RE e a do ônibus Ligeirinho. Ajudou a consagrar Curitiba como a Capital Ecológica do Brasil, repercutindo no mundo!

E mais, vejamos: contista, premiado no concurso do Paraná (o primeiro curitibano depois de Dalton Trevisan, 20 anos depois do mestre), com o excelente livro Máquina de Escrever; é frasista, consagrado nos jornais de Curitiba, no Pasquim e em livros, como o já citado Bife Sujo; é cartunista e pintor, tendo participado várias exposições; é novelista, com apenas um livro publicado, O Conselho; publicou ao todo nove livros por conta; é poeta, tendo faturado diversos prêmios nacionais.

Desde o ano passado, 2003, é também blogueiro do UOL.

Com certa regularidade, visito alguns blogs muito bons, caras cujo trabalho admiro e que conseguem manter páginas de alta qualidade. São diálogos que me colocam diante de alguns dos melhores escritores do Brasil.

Werneck é um deles. Diariamente ele alimenta seu blogue com frases, poemas, reflexões, fábulas, folhetins, cartuns, fotografias, o diabo-a-quatro. É um blog muito bem cuidado graficamente, com um conteúdo apaixonante.

E agora te faço um convite: vá agora mesmo (ou quando você tiver tempo) visitá-lo. Seria impossível dar exemplos do que você encontrará lá, mas se você gosta de frases de humor inteligente, poesia, prosa, artes gráficas, bom papo, tenho certeza de que esta não será sua última visita.

Millôr Fernandes era fã desse blog. Boa companhia, não?

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Comentários

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1 comentários
Rui Werneck de Capistrano
Quarta | 12.03.2014 às 19h03
Autor virou notícia: http://issuu.com/jornalrelevo/docs/relevo_-_edi____o_de_mar__o