Entre Quintais e Silêncios
Os gritedos da infância — tão vivos, tão nossos — aos poucos se abafam, tornando-se ecos distantes que ainda percorrem os corredores do tempo. Suas imagens, antes nítidas, hoje surgem difusas, como sombras que retornam sem aviso: de repente, no compasso de uma cantiga de roda, no toque rápido da pata cega, no brincar de se pegar ou de se esconder.
É nesses relâmpagos de memória que revejo aqueles pés descalços correndo pelo quintal, levantando poeira e libertando um cheiro leve de saudade — cheiro de terra, de riso solto, de dias inteiros sem pressa. E quando já não há mais onde alcançar o que se perdeu, arrisco rabiscos no papel, como se o grafite fosse varinha mágica capaz de puxar do passado uma centelha de tudo o que fomos.
Entre recordar e reviver, deixo que as lembranças atravessem as janelas do tempo, voltem de lá para cá, como quem encontra no silêncio adulto o eco mais doce da própria meninice.
| Número de páginas | 214 |
| Edição | 1 (2025) |
| Formato | A5 (148x210) |
| Acabamento | Brochura c/ orelha |
| Coloração | Preto e branco |
| Tipo de papel | Offset 80g |
| Idioma | Português |
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