Sinopse do livro Chonta, O Pecado
Penumbra no dormitório. Sobre a cama de casal dois corpos seminus conversam quase em sussurro.
— O apetite sexual é tão natural quanto a fome — diz o moço. — Por que temos que nos privar de uma coisa tão natural? Deus criou homem e mulher! E nenhum homem pode ser feliz se não prestar todos os tributos a loucura divina do amor. O Papa Alexandre VI se relacionava sexualmente com a própria filha Lucrécia. E no final da história ele era o pai do próprio neto. Portanto, uma prostituição sagrada.
— Renan, embora eu esteja na condição da pessoa mais feliz do mundo, estou sentindo, dentro de mim, um remorso muito grande. Um peso na consciência... — diz a mulher.
— Mãezinha (leia-se madrasta), analisando essa questão com rigor, sob a luz natural da razão, pode-se afirmar que tudo isso é merda! A gente nasce pra trepar e morrer... Já nascemos entre a urina e as fezes. Isto é, entre o mijo e a merda...
— Quando não é cesariana... — diz a mulher, arrastando o moço para cima do seu corpo.
Na penumbra e no segredo do ambiente silencioso, envolvem-se, os dois, num movimento convulsivo, de êxtases infinitos. Embarcam numa nave colorida de amor, de prazer e de sonho. Parece que uma força misteriosa os arrasta na direção do ponto infinito para onde convergem todas as forças do universo. Talvez o ponto ômega, onde toda a criação se encontrará no final dos tempos, segundo Teilhard de Cardim.
ISBN | 9789895243082 |
Número de páginas | 134 |
Edição | 2 (2018) |
Idioma | Português |
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