“Bulbos Transversos – Tear Silencial de ‘Mins” – Poemas
Um livro de poemas feito uma mixórdia letral. Fragmentos de matizes e iluminuras? Tabuleiro de catanças desparafusadas, um sachê de errações; o poeta no confeito de pintar a obra de ícaros e húmus & ácaros. “Mins” e H2 Outros, claro, um tear salpicado de desvarios díspares, inventários, experimentações, sacadas e inutilezas, até porque o autor diz que do “jazz nasce a luz”´. Bulbos também porque tem suas raízes de pés vermelhos no Paraná, criado na Estância Boêmia de Santa Itararé das Artes, depois, viajoso e turrão por Sampa, ora Samparaguai, o Estado-Máfia, que o autor destila, decifra e nomina (como Tom Zé que “ama-odeia” São Paulo). Reversos porque o autor acerta a mão, erra a mão, destila seu vinhoverbo, revida, critica, desconcerta (transverso), postula, implica, retrata, cria rastilhos, depõe, delata, salpicando suas várias pensagens (pensamentos- mensagens), seus estrambólicos pensadilhos (pensamentos-trocadilhos), passando por Twitterpoemas, letras de rocks, baladas and blues, e, claro, Silas e suas “siladas”, o que dá em poesia e afins, desaforismos alhures, sempre esmerilhando vocábulos, neologismos, entre criações, contentezas e barulhanças, artes e cantares. O tear é mais embaixo. Pirações letrais. Experimentações e acertos. Técnicas de aproximação. Algumas epifanias turvas também. Humores e ironias no foxtrot da obra. Nódoas que não silenciam sobre si mesmas. No solo de silêncio, que é o chamado exercício do fazer poético, as cantagonias. Berrar é humano? As palavras singram e sangram. Eu, você, mins e nosotros. Tudo a ver? Periga ler. Pois este livro de poema vem depois de um Porta-Lapsos, outro livro do autor, anterior, de poesia também, entre obras meio marginais deste cyberpoeta e escritor premiado em verso e prosa, que consta em mais de cem antologias literárias, inclusive no exterior, também ganhador de vários concursos de renome, já autor de outros livros. O autor está em mais de 800 links de sites. Ser tachado de o “Neomaldito da web” (Site Capitu) não é fácil. O Ciberpoeta Silas Corrêa Leite esteve, entre outros, no Programa Provocações, TV Cultura de São Paulo, e, com sua metralhadora cheia de lágrimas (e sua contundente e pragmática “poética de tristeza”), ainda disparou: “Corto os pulsos com poesia”. Que os bulbos deste livro apontem chips poéticos, janelas, tercetos, haiquases, desvairados inutensílios, e digam da poesia do autor como gritos disparados no ar, entremeados, sígnicos, lustrais, e com as desimportâncias, afinal, se um poeta disse que “o importante é que a emoção sobreviva”, e outro disparou “faz escuro mas eu canto”, que no fazer poético deste livro, o autor, feito um ladrão de fogo (Rimbaud), esparrame suas raízes (búlbicas), suas criações, suas centelhas, seus fios tenebrosos, fiosterra que sejam, na panaceia dessa desvairada pauliceia sociedade anônima, nesse afrobrasilis de tantas disparidades sociais, dando testemunho de que, sim, os loucos herdarão a terra, mas, enquanto criticam o pântano da condição humana, nesses tenebrosos tempos pósmodernos de tantas infovias efêmeras, ainda assim e por isso mesmo, dão testemunhos de resistência com a sensibilidade ferida. Afinal, não é fácil ser sensível (e não se estarrecer na arte como libertação) nessa época de muito ouro e pouco pão. E quem quiser que vá parir estrelas. Anjos caídos usam os poetas para conversar com os loucos?
ISBN | 978-85-8045-946-3 |
Número de páginas | 216 |
Edição | 1 (2016) |
Formato | A4 (210x297) |
Acabamento | Brochura |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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