A História do povoamento de Bela Cruz, assim como de toda a Zona Norte da Capitania do Ceará, tem início somente no final do século XVII e inícios do XVIII, quando os primeiros sesmeiros começam a se apossar de suas sesmarias e aqui fixar residência nas margens do Rio Acaraú. A presença do homem branco, nesses remotos tempos, era rara e escassa em toda a região. A precariedade dos meios de transporte, a exuberância da floresta tropical e, especialmente, o modelo econômico baseado na “plantation”, fizeram com que as esporádicas passagens do homem branco pelo sertão se limitassem à captura de índios, impedindo sua fixação efetiva no interior. A penetração pelo sertão iniciou-se, ao que tudo indica, em 1683, pois é do dia 23 de setembro daquele ano a sesmaria que o Capitão-Mor Bento Macedo de Farias concede a Manoel de Goes e seus companheiros. Novas sesmarias seriam concedidas, no correr dos anos, estabelecendo-se, certamente, a partir daí a criação de gado. Pouco a pouco, a terra começa a ser empossada definitivamente. As fixações se estruturam. Nascem sítios e fazendas. A criação de “gado vacum e cavalar” e a agricultura começam a dar condições econômicas à sobrevivência. E são exatamente estes dois fatores — crescimento demográfico e ligeira tendência de democratização econômica — que irão favorecer essa nova atividade na região — a pecuária. Pelas origens de seus primeiros colonizadores, Bela Cruz parece ter nascido resultante do casamento de portugueses e pernambucanos, e, mesmo do concubinato destes, com índias. O Capitão Manoel Vaz Carrasco, pai das Sete Irmãs, chegava de Ipojuca, para se estabelecer no Sítio Santa Cruz (Bela Cruz); Ângelo Dias Leitão emigrara do Cabo; Nicolau da Costa Peixoto, Manoel Ferreira Fonteles, Matheus Mendes de Vasconcelos, João da Silveira Dutra, o Capitão José de Araújo Costa e seus irmãos — Pedro de Araújo Costa e Manoel de Araújo Costa — chegavam diretamente de Portugal. E aqui ficaram encantados ou encantoados com as águas do Rio Conoribon, Conoribo, Coruybe, Rio dos Torrões Pretos, Rio das Garças, segundo as diversas denominações que lhe deram seus primitivos habitantes. Em 1732, é construída a Capela de Santa Cruz, centro religioso da ribeira; o povoado atraía os habitantes da região que vinham à procura do batismo para seus filhos, à procura do sacramento do matrimônio para constituir novas famílias e à procura da própria Capela para sepultar os seus mortos. Acreditamos — com estas notas — contribuir, todavia, para tornar mais conhecidos alguns fatos e fastos acontecidos nesta ribeira, desde os tempos do Brasil-Colônia, assim como outros movimentos efetuados mais recentemente. Em suma, este livro contém ligeiras notas sobre “datas e fatos” aqui acontecidos e ainda não suficientemente retratados.
Número de páginas | 218 |
Edição | 1 (2015) |
Formato | Pocket (105x148) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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