Cronologicamente, esta é a primeira história; é aquela que dá origem a todas as outras, ainda que não existam continuações explícitas. Toda história minha tem ou terá sempre uma personagem feminina e importante chamada Ariel. Ela está sempre no centro de todos os enredos como um fio condutor. Não é a mesma personagem; mas a mesma alma, viajando de corpo em corpo, de vida em vida. Aqui é onde tudo começa. Os leitores conhecerão todos os segredos e as razões pelas quais Ariel precisa reencarnar tantas vezes.
Voltaremos no tempo para conhecer um pouco de uma bela jovem no melhor da idade, mas não falaremos dela desde o princípio, sua existência é revelada um pouco à frente do nosso ponto de partida. Em meio a um universo de incontáveis perdas e frustrações, o falho e mortal Kevin tropeçará em Ariel nos percalços do mundo. Conseguirá tê-la ao seu lado, como namorada. Inicialmente, ele encontra em Ariel seu ponto de paz. Surge como um simples “namoro”, o vínculo de dois seres que precisam se cruzar em um encontro programado pelo próprio destino; seja para viver um intenso inferno ou um paraíso de alegrias sem fim. Em um universo controlado pelo pai narcisista e pela madrasta petulante, Kevin aceitará o convite de Ariel para viver o que a vida tem de melhor.
Mas Kevin conhece a si próprio; ao amá-la, tende a machucá-la. Sangue será derramado de Ariel, e a culpa se alastrará por sua alma como um incêndio angustiante. Kevin já não pode viver sem ela, mas introduzi-la em seu universo automaticamente faz com que a jovem mulher sofra também, uma vez que repartem as mesmas coisas.
Ariel não é a perfeição, também possui inúmeras frustrações. Ambos podem se completar, bem como destruir a si próprios. Ou podem viver para sempre, em milhares de vidas que tendem a existir depois desta.
Um fato pessoal*
Quando decidi que seria escritor, lá pelos oito anos de idade, lembro que tentei criar histórias semelhantes às estruturas das telenovelas da TV Globo. Acompanhando alguns trabalhos do autor Manoel Carlos, percebi que ele introduzia sempre uma Helena em suas tramas; logo, resolvi partir do mesmo princípio, e escolhi o nome Ariel. Ele não representa nenhuma pessoa importante do passado nem nada do tipo; é apenas um nome com o qual eu simpatizo. Em verdade, gostaria ter sido batizado com ele.
Dentro da literatura, vejo o nome Ariel como uma perfeita janela aberta, já que pode batizar tanto personagens masculinos quanto femininos; bem como referenciar seres angelicais. Ariel, portanto, não traduz nenhum indivíduo real de carne e osso, mas apenas uma de minhas fantasias mais íntimas; esta história, apesar de ser a primeira, contém um enredo contemporâneo, enquanto que até mesmo algumas sucessoras acontecem em épocas passadas. Isso acontece porque Ariel adquire o poder de viajar através do tempo e pode renascer em qualquer momento da história em que desejar. Pode, inclusive, coexistir com outras variações de sua mesma existência.
Ela surge primeiramente nesta história, mas por conta de situações envolvendo um transplante de coração, uma trilha de mortes e um casamento de almas, será destinada a vários outros renascimentos. Portanto, cada história minha conta uma nova experiência de Ariel na matéria. Mas não é necessário conhecer uma para ler a próxima, já que não existem continuações diretas. Eis aqui as origens desta perfeita camaleoa transcendental. Este enredo foi escrito em 2009 e aperfeiçoado com o passar dos anos. Neste romance, apresento aos leitores quase 500 páginas de pura mágoa adolescente; toda aquela época tenebrosa está aqui, vista através da minha perspectiva pessoal; adianto que é uma história extremamente amarga e triste, mas que bem trabalhada, ficou literariamente linda!
Número de páginas | 506 |
Edição | 1 (2024) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Ahuesado 80g |
Idioma | Português |
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