A vida é mais tempo alegre do que triste

Todo movimento coletivo nasce de uma ideia, um incômodo,

um questionamento e um desejo forte de revolução. Foi assim que

nasceu o Festival de Poesia de Lisboa: da necessidade de transformar

o statu quo através da arte poética, de quebrar paradigmas e trazer

à discussão assuntos que precisam ser debatidos para construirmos

uma sociedade mais justa e igualitária.

Nosso objetivo também passa pela necessidade de preservação da

Língua Portuguesa, ao promover o trabalho de poetas consagrados

que são convidados na programação, descobrir novos talentos

publicando-os em livros e possibilitar que lusófonos imigrantes

continuem a escrever e pensar em seu idioma materno. Há oito

anos construímos um legado e o meu desejo e o de toda a equipe é

que ele se solidifi e a cada edição, que este Festival atravesse décadas

e que os que virão depois de nós continuem o movimento.

Em um mundo onde se discute o papel da inteligência artifi cial,

estamos diante de um dos maiores desafi os de nossa época, que

é o de provar que a arte só nasce de experiências humanas, dos

sentimentos e emoções, de tudo aquilo que faz de nós quem somos,

das coisas inexplicáveis que atravessam o peito como fl echa e sobre

as quais não temos controle quando encontram a caneta e o papel.

Em entrevista ao Festival de Poesia de Lisboa, a autora

homenageada Adélia Prado, foi perguntada sobre qual conselho

deixaria aos que vêm depois dela, e com um sorriso, respondeu:

“leiam os antigos e escrevam, escrevam, escrevam.” Escrever é,

então, o segredo para alcançar os outros com ternura. Ler é a ponte

que nos conduz a este caminho.

Neste edição contamos com 171 poetas e sem eles, não seria

possível realizar este trabalho. A eles, a minha profunda gratidão

pela confi ança depositada neste projeto. Também não podemos

deixar de agradecer aos espaços parceiros que acolhem nossas

atividades por toda Lisboa: Biblioteca de Alcântara, UCCLA (União

de Cidades Capitais de Língua Portuguesa), Valsa, Fábrica Braço de

Prata, Livraria da Travessa e Jardim do Príncipe Real. Ao Clube de

Autores, pelo co-patrocínio, à Revista Philos e ao Instituto Camões

pelo apoio institucional e a todas as pessoas que nos acompanham

e nos apoiam, seja comprando livros, divulgando e comparecendo

na programação gratuita ou incentivando os poetas inscritos e

convidados.

Desejo que cada poesia aqui publicada possa tocar o seu coração

de leitor(a) e que em todos os dias, você não esqueça de celebrar a

alegria, porque a “vida é mais tempo alegre do que triste.”

Sejam bem-vindos ao Festival de Poesia de Lisboa e vida longa

a ele!