UMA BREVE APRESENTAÇÃO...
Em A LENDA, Higino Pedro produz uma narrativa, com inserções de descrição subjetiva e lampejos de poesia e prosa, a qual revela uma salutar defesa da identidade cultural do Vale Jequitinhonha. Isso se faz, sobretudo, através do personagem "Seu Genésio" - Figura que representa legitimamente a cultura da região, seus costumes, bem como a consciência crítica da mesma.
Destaque especial nesse livro é o trato com a linguagem. Sem processar nenhuma alquimia, mostra fluentemente o linguajar típico da região e, com simplicidade, sem nenhuma sofisticação, como no capítulo "A chapada do Agachado", ele faz de um modesto almoço caipira um ritual majestoso, encantador.
Outro aspecto relevante no livro é a valorização da natureza. Demonstrando conhecimento sobre a mesma, o autor soube descrever a fauna e a flora do Jequitinhonha com muita precisão de detalhes e suas peculiaridades.
O "Seu Genésio", protagonista desse interessante epopéia do Vale é a memória viva das tradições do Jequitinhonha.
No final, sua morte acabou representando os últimos suspiros dessa tradição que são explícitos nas cartas.
"(...) Genésio morreu aos poucos. Começou, quando morreram seus valores, suas raízes, a sua cultura, as suas andanças..."
Esse remoto e poético Jequitinhonha de Genésio, Tiziu, Cleonízia, Zenólia, Quincas Rabequeiro, que ainda resiste em alguns lugares, foi seu foco no livro em referência. As peculiaredades desse ignoto mundo o autor soube muito bem indicá-las com exatidão.
Tenho a agradável sensação de que estarmos diante de um promissor nome da literatura do Vale.
Wilson Barreto Fróis
Mestre em Literatura Brasileira
Número de páginas | 137 |
Edição | 1 (2009) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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