Procurar estudar a função da metáfora no discurso científico pode despertar, à primeira vista, a ideia de uma possível incompatibilidade entre a metáfora e o tipo de texto escolhido, geralmente atribuída ao tipo de linguagem que a ciência requer na configuração dos seus textos. A ideia de tal incompatibilidade e as razões pelas quais alguns teóricos a defendem, podem ser compreendidas levando-se em conta dois motivos: primeiro, o enfoque sob o qual a metáfora foi estudada pelos retoricistas posteriores a Aristóteles, e segundo, à ideia, predominante presente em tais estudos, da dicotomia sentido literal/sentido figurado. Aliás, o primeiro motivo nos parece ser consequência do segundo. Pode-se observar que, durante sua história, a ciência desenvolveu teorias e modelos baseados no raciocínio puramente metafórico. Exemplo disso é o modelo planetário usado para explicar a estrutura do átomo. O núcleo seria o sol e a periferia do átomo os planetas ou o que em torno do núcleo do átomo estivesse. Portanto, o que o empirismo puro e lógico pretendia era a objetividade pura da ciência. Esta não poderia ou pelo menos não deveria se valer de metáforas na produção de seus discursos. Contudo, é justamente contra essa posição que nos pomos nesse trabalho, em que procuraremos demonstrar que a ciência se vale de metáforas na elaboração e explicitação de suas teorias, o que desfaz o mito da objetividade pura do discurso científico.
Número de páginas | 139 |
Edição | 1 (2009) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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