Não se nasce mulher, torna-se mulher

PALAVRAS DAS ORGANIZADORAS

Edna Lessa – A Antologia “Não se nasce mulher, torna-se mulher” é uma coletânea muito especial que nos faz refletir sobre a essência do que somos enquanto SER mulher. São muitas vozes retratando diversas experiências a partir da trajetória de cada uma, numa exposição singular de textos que apresentam a mulher como uma figura que assume responsabilidades num processo permanente de construção de sua autonomia e individualidade. Historicamente, a mulher já nasce num ambiente de opressão, numa sociedade que apresenta um modelo de comportamento a ser seguido pelo simples fato de ser mulher. A poesia apresentada nesta coletânea, é portanto, um ato de resistência, um não ao lugar subalterno que nos é oferecido na sociedade. Não aceitamos menos do que merecemos. Nós somos resistência!

Jeane Tertuliano – Projetos que enaltecem a classe feminina, por incrível que possa parecer, ainda são revolucionários à modernidade do século XXI. Mesmo com tantas conquistas, ainda somos submetidas ao bel-prazer do patriarcado como se fôssemos meros capachos. A verdade é cruel, visceral a ponto de mortificar aquelas que atuam ativamente em prol de reconhecimento, afinal, por mais que tenhamos vez, nossa voz é ignorada propositadamente. A antologia “Não se nasce mulher, torna-se mulher” é a vociferação das Marias, Jasmins e Rosas que cansaram de receber flores no dia 8 de março e serem destratadas no restante do ano. Queremos respeito, queremos andar nas ruas sem medo de sermos assediadas pelo simples fato de sermos mulheres. Embora a ciência aponte que somos maioria, padecemos em agonia todas as vezes que somos obrigadas a nos calar por receio de que percamos empregos, que sejamos espancadas e / ou assassinadas em todo e qualquer meio. Por todas elas e por nós, ecoamos a uma só voz essa indignação que nos consome há séculos!

Sônia Santos – Poder fazer parte da realização do projeto Antológico “Não se nasce mulher, torna-se mulher” é uma honra por ser um projeto voltado para o público feminino que, durante sua vida, passa por diversas provações até se tornar realmente uma mulher forte e capaz de vencer todos os desafios que se interpõem em seu caminho. O projeto foi pensado e planejado com muito carinho visando dar vez e voz a muitas mulheres que sentem a necessidade de explanar seus sentimentos e até mesmo as revoltas por uma sociedade que ainda é naturalmente machista e que enxerga a mulher como um ser dependente do homem, e o pior: submissa ao querer do mesmo. E é por esse motivo que a Antologia “Não se nasce mulher, torna-se mulher” veio para mostrar que independentemente do meio ao qual a mulher está inserida, ela pode e deve ser valorizada, respeitada e ter reconhecimento por todas as batalhas que vencem diariamente, e na maioria das vezes, sozinhas.

Tamires Silva – O compilado de textos incríveis presentes aqui proporciona às mulheres a terem espaço e voz para se libertar das amarras que impossibilitam sua grandeza. Aqui irá encontrar sororidade feminina nessas linhas transbordando afeto, garra, amor próprio e sede de viver. São autoras que desnudam suas almas em prol da luta de todas nossas irmãs, pois cada mulher é parte de nós, seja ela conhecida de toda uma vida, ou uma completa desconhecida. Aqui elas usaram toda sua força, determinação e poesia para dizer “sim, você mulher pode e deve se amar, priorizar-se e realizar seus sonhos. Nunca permita que diminuam sua existência em demérito de outros, que não sabem valorizar sua dedicação e afeto. Acredite em seu potencial, não importa o que digam, se é possível, ou não, basta ter fé em si mesma. Seja a mulher que deseja ser!

Vitória Reis – Eis uma linda antologia recheada com dons maravilhosos, cheios de resistências e lutas diárias. Sabemos que o universo feminino tem ganhado visibilidade, mas ainda existem padrões e preconceitos expostos na sociedade, por isso organizamos essa antologia com o intuito de abrir ainda mais o espaço feminino na escrita. Para que a mulherada possa se descobrir e criar laços com outras mulheres, afinal, estamos todas juntas e somos uma só.