Sobriedade subversiva

Epifanias do cotidiano

Por Carlos Roberto Pinto

Código do livro: 331408

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Artes e Entretenimento, Filosofia, Filosofia / Religião, Metafísica

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Sinopse

De mãos dadas, vamos juntos realizar a travessia pela vivência profunda num jogo de espelhamentos, identificações e diferenciações. Prometo a você que será um jogo infernal e simultaneamente extasiante, campeado pelo paradoxo, norteado pelo antagonismo, imbuído de ambiguidades. Nesse universo místico, o amor terá ódio junto, o inferno será divino, as coisas serão e não serão. Enfim, aqui não vai ter etiquetas como você quereria, não vai ter gavetas certas das coisas. Tudo estará em constante desordem. E também vou desorganizar tudo e fazer que olhe que a vida não é bem assim. Serei um liquidificador, mesclando bom e mau, justo e injusto, certo e errado, divino e não-divino. Vou confrontá-lo com meu olhar enigmático e misterioso a todo momento, desafiá-lo, ameaçá-lo, colocar você em xeque, fazer que me enxergue de outro jeito, que você nunca me enxergou.

Quando chegarmos ao ápice da viagem, estaremos imersos num túnel denso em que perceberá sua cegueira e, aí, dar-se-á a desmontagem de suas camadas e a modificação de seus leitos e afluentes, o processo arqueológico do seu ser. Vai entrar em decomposição a fim de atingir a matéria vital das coisas, sua essência.

Vai se desfazer de seus estratos, se despersonalizar. E ao se desfazer quase perdendo a silhueta, vai se deparar com um neutro nada apaziguador e muito mais difícil que as polaridades.

O neutro lhe será perturbador na medida em que não é bonito nem feio, não é certo nem errado, não é bom nem mau. E aí deixarei você a sós nesse lugar bastante incômodo que você desejará saber o que é, quererá definí-lo. E por mais que tente, descobrirá que o neutro é um lugar indefinível e mais assustador e não suportará uma coisa inominável. Desequipado da linguagem, das caricaturas, dos rótulos e dos estereótipos, você estará diante de uma experiência que não tem nome.

O neutro será tão potente e, concomitantemente, infernal. O neutro será algo que não você conhece mais, posto que já se formatou nas polaridades. Não conseguirá determiná-lo porque não conseguirá pensar alguma coisa senão pelo princípio da não-contradição já que a linguagém o adestrou assim, mostrando que as coisas são ou não são e estão bem separadas.

Acalme-se, respire fundo, estamos quase chegando ao nosso destino, mas antes vou embaralhar as cartas mais um pouco, bem como faço com as fronteiras da razão e da não-razão. Tudo até aqui esteve em trânsito, foi móvel e permaneceu em deslocamento a ponto de ser enlouquecedor, desconcertante, arrebatador. Mas percebo que você se cansou, sequer deu dois passos, tamanha é a intensidade do estranhamento, ao sentir que perderia o fio do caminho.

Por fim, chegamos mas o desembarque será do lado oposto que você queria alcançar. Deixo você seguir em frente no aconchego da familiaridade anestesiante que pacifica e acomoda. E volto ao ponto de partida com o estranhamento que é mesmo minha base e que exige muito de mim, e que me tenciona e me movimenta, como a falta e o espanto. Viver em surpresa é o meu desvio do itinerário habitual para o ineditismo de uma terrível indisposição feliz.

Características

Número de páginas 20
Edição 1 (2020)
Idioma Português

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Fale com o autor

Carlos Roberto Pinto

Me chamo Carlos, tenho 38 anos, moro em São João de Meriti na baixada fluminense no Estado do Rio de Janeiro, Nascido em Olaria, zona norte carioca, cresci e me criei na baixada. Sou formado em jornalismo, mas nunca atuei na área. Sempre estive às voltas com a escrita, mas nunca levei a sério. Foi durante a pandemia, que me reaproximei do ato de escrever.

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