RELATIVISMO MORAL E DESAFIOS DO TESTEMUNHO CRISTÃO

É propriamente neste tempo fortemente marcado pelo relativismo moral, que os cristãos somos chamados a ser sinais proféticos na defesa dos valores irrenunciáveis, colocando Jesus e seu plano salvífico como princípio e ponto de partida de todas as nossas ações. Afinal a Igreja existe para comunicar precisamente isto: a Verdade, a Bondade e a Beleza em pessoa. Somos ao mesmo tempo enviados ao mundo como mensageiros de uma Verdade absoluta que é o próprio Cristo, único Caminho seguro e fonte inesgotável de verdadeira Vida. Por isso, queremos apresentar este livro tendo presente a realidade atual em que vivemos, que clama por um testemunho vivo de amor a Cristo, à Igreja e à humanidade, testemunho capaz de vencer a mentalidade individualista, mercantilista e relativista pretensiosa de construir um mundo sem Deus a partir da negação das verdades morais objetivas. Desse modo, no primeiro capítulo procuramos apresentar a realidade sócio-política-econômica-religiosa-cultural dos nossos povos, partindo das contribuições das Conferências Gerais do Episcopado realizadas na América Latina, apresentando um pouco da história da reflexão teológica neste Continente, contextualizando propriamente a Conferência de Aparecida, principalmente no que respeita à vida moral de nossos povos. No segundo capítulo mostramos o juízo teológico e do Magistério Eclesial que apontam o ideal de vida para o cristão e para todos os homens e mulheres de boa vontade. Partindo da observação de algumas dimensões da existência humana que necessitam conversão, procuramos mostrar alguns desafios do testemunho cristão, que partem da imitação-seguimento de Cristo Jesus, até mesmo diante da cruz, seu destino por ser um homem da verdade. Tal testemunho será evidente, sobretudo, no serviço à vida, na prática da justiça, no amor vivido de modo gratuito principalmente junto àqueles que sofrem mais ou que são indefesos. E por fim, no terceiro capítulo procuramos mostrar algumas pistas de ação que favorecem uma atuação concreta do cristão, que deve remar contra a maré do relativismo. As virtudes teologais, dons preciosos de Cristo aos batizados, são apresentadas como a força motivadora e sustentadora da vida do cristão. Este é chamado a ter um encontro pessoal com o Mestre para aprender a partir dele o melhor modo de ser e viver, de maneira a poder, através testemunho quotidiano, segui-lo. E aquele que faz a experiência do conhecer-seguir Jesus não pode senão também transmitir aos outros este dom. Vivendo esta dinâmica o cristão é capaz de atrair as pessoas e os povos para Cristo (cf. DAp 159), apresentando verdades morais objetivas e valores irrenunciáveis que existem como que setas a indicar o caminho que conduz à realidade que supera a história.