Por queusamosgravatas? Nãocomoperguntaestética, mas comoprovo
cação política. Esta obra nasce do desconforto diante do ordinário, da
vontade de escavar os rituais que repetimos todos os dias sem saber por
quê. Nãosetrata demoda,masdepoder. Nãosetratadeetiqueta,mas
de controle simbólico.
Vivemoscercados pornormassilenciosas. Usamosroupasquenos
apertam,sentamosemreuniõessemfunção,celebramoscerimôniasque
nãocompreendemos. Chamamosissode“vidanormal”. Masoquehá
de racional emdobrar-se diariamente a gestos que não escolhemos?
Este livro não pretende oferecer respostas absolutas. Ele é, antes,
umconviteaoincômodo. Umchamadoàreflexãosobreaspequenasen
grenagens do cotidiano que moldamnossoscorpos, falas e afetos. Cada
capítulo é umalente querevela a lógica oculta por trás do absurdo nor
malizado: a gravata, a reunião, o diploma, o uniforme, o e-mail urgente.
Aolongodaspáginas,caminhamosportemasqueparecembanais—
masqueescondemestruturasdeopressãoedepertencimento. Rituais
de escritório que silenciam subjetividades. Políticas de vestuário que
excluem corpos. Disputas simbólicas que elegem quem “merece” ser
ouvido.
Estelivroétambémumexercíciodeliberdade. Porquepensaré,antes
detudo,resistir. Resistir ao automático. Resistir ao consenso preguiçoso.
Resistir à gravata metafórica que aperta o pescoço da imaginação.
Aoleitor—especialmenteàquelequejásesentiuestranho,deslocado,
inadequado — desejo que esta obra lhe sirva como chave crítica. Que
você termine esta leitura com
Número de páginas | 68 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Capa dura |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 90g |
Idioma | Português |
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