Em poesia, penso que o ideal é depurar: se não para ficar bom, no mínimo para ficar curto; o eventual e abnegado leitor agradece. Acho que certa clareza de propósito é igualmente sempre bem-vinda – lógico, se o que se pretende é algum nível de entendimento (o que não quer dizer – muito pelo contrário – apreensão automática ou satisfação fácil, assim como ser claro não significa ser óbvio, é óbvio). (...) Lograr singularidades poéticas lúcidas ou elucidáveis (e não lograr o próximo com o inacessível – do hermético ao caótico – e a dificuldade gratuita... ou, no outro extremo, com a facilidade gratuita) a mim me parece o permanente desafio. (...)
Diferentemente da prosa, a poesia é – ou deveria ser – concebida para ser ouvida antes que lida: som e sentido, sentidos. (...) Assim, a exemplo de Maiakóvski, alheio aos metros e atento aos ritmos (que, etimologicamente, origina “rima”), atendidos os quesitos iniciais, considero um bom poema aquele que “soa bem” (e se não, com uma intenção... poética: nunca confundir efeito e defeito), do contrário será qualquer outra coisa (mesmo que esteticamente válida), salvo poesia... Sua função? Sem grandes rodeios: afirmar ambiguidades. Versa sobre tudo, serve para nada (já que não serve a nada). É inútil e inevitável tanto quanto a vida é imperfeita e absurda. Exata na indefinição, absoluta e incompleta; fatura e fratura. (...)
Comecei tarde e por injunções. Inábil e desleixado. Não bastasse, por brincadeira, fui irresponsável o bastante para publicar. Um mau passo a rogar penitência... Enfim, continuo cometendo alguma poesia. Com mais cautela e sem pressa. Do jeito que posso e, por ora, me agrada tentar. Aqui vai o resultado.
ISBN | 978-85-913106-1-6 |
Número de páginas | 94 |
Edição | 1 (2012) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 90g |
Idioma | Português |
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