A chamada "Nova Lorena Diamantina" surgiu como um distrito de extração controlado pela administração colonial, onde a imposição de regulamentos severos convivia com práticas sistemáticas de contrabando e corrupção, frequentemente perpetuadas por autoridades civis e dirigentes militares. Longe de representar um modelo de exploração ordenada, a gestão régia das jazidas diamantíferas revelou-se permeável a interesses privados e redes ilícitas que desafiavam a eficácia da fiscalização oficial. Os diamantes extraídos, em grande parte destinados ao Erário Régio, não apenas sustentaram a economia metropolitana, mas também fortaleceram o comércio e as redes de poder (envolvendo governadores, militares, garimpeiros, ouvidores, autoridades camarárias e outros), ampliando as contradições entre a ordem imposta e a realidade vivenciada pelos mineradores. Nesse contexto, a cultura garimpeira consolidou-se como um elemento identitário fundamental da região, marcada tanto pela precariedade do trabalho nas aluviões quanto pela resistência sistemática dos mineradores às restrições impostas pelo poder central. Ainda que a exploração diamantífera oficial tenha tido uma duração relativamente curta, a extração continuou a ocorrer de forma intermitente, culminando em uma nova corrida aos diamantes entre as décadas de 1920 e 1990. Esse fenômeno manteve viva a tradição mineradora nos municípios originados da Nova Lorena Diamantina, em especial Cedro do Abaeté (...).
ISBN | 9786501251721 |
Número de páginas | 563 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | 16x23 (160x230) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Ahuesado 80g |
Idioma | Português |
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