Esta obra é um desfilar de emoções e a narrativa baseada em história verídica, da vida da minha família, mas cujo destino quis que fosse trucidada por um diagnóstico de cancro em pleno estado de emergência, devido à pandemia por Covid19. Por confinamento obrigatório e precaução médica, Elisabete Morais, minha irmã, esteve isolada da família sem poder receber o suporte e o amor de quem acaba de ter noticia tão fatídica. Estávamos pois impedidos de a amar.
Das lágrimas derramadas ninguém ousa sequer imaginar pois foram flume de imensidão desaguado em oceano matreiro e mordaz. Brotadas de olhos plangentes, amantes. Da dor sentida ninguém ousa sequer imaginar pois foi trovão rugidor que clareou a escuridão de luzência sumida em parte incerta. Foi manancial de água vertida sobre terra ensopada e já lamacenta. Da saudade vivida ninguém ousa imaginar pois é cinza que esvoaça na aragem do tempo. Como vozes escribas que teimam em dizer não. Ou simples segundos que se perdem em arredia balbúrdia.
A vida é grosseiramente adulterada quando a realidade é penosa e impiedosa. Mudam-se os cursos de água, as nascentes, os capítulos da nossa obra. Deixamos partir a lógica inaugural de viver intensamente e um dia morrer. A nossa peça de teatro tem novo encenador, novo guião. Não vivemos, apenas sangramos. Agora é mais um morrer até sangrar. Um dia o sangramento também findará. Ficará a alma vagueadora e um livro de memórias construídas, recôndito em biblioteca onde poucos ousam entrar.
| Número de páginas | 159 |
| Edição | 1 (2025) |
| Formato | A5 (148x210) |
| Acabamento | Brochura c/ orelha |
| Coloração | Preto e branco |
| Tipo de papel | Estucado Mate 150g |
| Idioma | Português |
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