Não se nasce escritor — se sangra escritor. Há quem escreva por ofício, por estudo, por cálculo. E há quem escreva porque, se não o fizer, explode por dentro. Este livro nasceu desse segundo tipo de urgência. Não como um projeto, mas como um resgate.
Porque há vidas que se apagam na poeira dos dias comuns, e há vidas que reluzem, que ardem, que quebram as paredes do silêncio. E, quando ardem, deixam marcas em quem as vive e em quem as escuta.
Minha juventude não foi comum. Talvez tenha sido errada, precipitada, perigosa — mas nunca foi morna. Aos catorze, já sabia do peso e da doçura do corpo de uma mulher. Aos dezessete, contei doze namoradas, não por vaidade, mas por alguma força estranha que a música me deu. Não tocava bem — mas tocava. E às vezes é mais perigoso um violão torto nas mãos de um jovem apaixonado do que uma arma nas mãos de um homem feito.
Este livro não é confissão. Não é arrependimento. É memória. E memória, quando vira palavra, deixa de ser passado — vira fábula. Cada conto aqui não é só uma história de amor, ou de desejo, ou de perda. É uma fresta de um tempo que não volta. Um tempo onde eu era pedreiro de dia e poeta à noite. Onde eu dormia em rede dentro de obra, e sonhava com rostos de meninas que me visitavam na escuridão. Onde a pobreza era absoluta, mas a beleza do mundo também era.
Houve quem me amasse a ponto de romper noivados, de fugir de casa, de me entregar tudo. E houve quem me quisesse morto, por amor ou por traição.
ISBN | 9798282164831 |
Número de páginas | 85 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Ahuesado 80g |
Idioma | Português |
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