Ao longo dos séculos, a sociedade ocidental construiu um intrincado sistema de controle sobre a sexualidade, transformando o que poderia ser simples expressão humana em campo de batalha ideológico. Desde os púlpitos medievais até os laboratórios científicos modernos, o corpo - especialmente o feminino - foi alvo constante de regulação e repressão.
O Estado moderno absorveu e amplificou esses mecanismos, utilizando a sexualidade como ferramenta de governabilidade. Políticas eugenistas buscaram controlar a reprodução de grupos marginalizados, enquanto leis criminalizavam relações homoafetivas. A sexualidade feminina, em particular, foi constantemente vigiada - da obsessão com a virgindade à estigmatização da prostituição.
Esta herança de controle explica muitas violências contemporâneas. A cultura do estupro, a dificuldade de acesso a direitos reprodutivos e a LGBTfobia são frutos diretos dessa história. Apesar dos avanços recentes - como a descriminalização do aborto em alguns países e o reconhecimento de direitos LGBT - novas formas de vigilância emergem, agora através de tecnologias digitais e algoritmos.
Compreender essa trajetória não é mero exercício acadêmico. É passo fundamental para desnaturalizar opressões e construir uma sociedade onde a sexualidade seja verdadeiramente livre. Este livro mostra como, ao longo dos séculos, o poder tentou domesticar os corpos - e como esses mesmos corpos sempre resistiram.
Número de páginas | 17 |
Edição | 1 (2025) |
Idioma | Português |
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