Escrevo para aqueles que não são lembrados em menções honrosas, mas são de incontáveis
lembranças felizes para aqueles que conviveram ao lado da fera e com a própria vida
confirmam a razão em evitar mais cicatrizes, no passo a passo da involução de criança ao
monstro as cicatrizes são o estopim, há quem diga que é culpa da sociedade, mas quem seria
a sociedade se eu, você e mais uma caralhada de gente que nem sabe o que ta fazendo aqui.
Mesmo que não seja agradável é melhor ser mais realista e encarar que a feiura desse do
mundo é um singelo reflexo da nossa incapacidade de valorizar o próximo, e se a gente for
parar pra pensar estamos sobrevivendo a tanto tempo nesse ritmo suando a camisa pela
migalha do um por cento e cada um com seus problemas, até muitas vezes se sentindo feliz
por estar mais perto ser mais perto da mesa e receber um tímido pedaço de pão do seu
senhor, não precisamos olhar para os lados a ignorância é uma benção, quando falo de
ignorância falo no seu sentido mais profundo, quem é você realmente? qual máscara você
veste para ir na padaria, no trabalho e na igreja, qual máscara serve melhor? Sente falta do
seu rosto, não existe beleza em olhos sem brilho, mas um olho que brilha pelas notas qual é a
beleza desse olhar? Somos obras criadas por nós mesmos dançando conforme a música
buscando aprovação social de gente que também está na mesma busca vazia, eu como
escritor desta obra posso melhor do que ninguém dizer que o ser humano assim como as
obras são difíceis de compor e sempre serão moldadas como resposta ao que temos à nossa
volta é inevitável, quando não estão nos locais corretos obras de arte não passam de
respingos de tinta óleo em uma tela em branco em um lixão qualquer ou mofando em um
porão de uma casa cheia de histórias. Neste livro a arte imita a vida, a história do personagem
principal está totalmente relacionada com a história de cada um de nós de inicialmente de
maneira não proposital eu confesso, mas o Universo ou simplesmente o acaso foi colocando
cada vez mais situações que me inspiram até hoje a escrever, eu escrevo sobre fome, frio,
sobre fartura e calor, eu escrevo sobre vidas, cartas que serão lidas além da morte. Para se
começar contar uma história fictícia se pode começar por qualquer parte, pois o fim é o ponto
mais importante, mas aqui o que foi escrito foram criados personagens com uma vida factícia
para recriar em cada letra fria um pouco de nós, e a história de uma vida tem que ser contada
do início, uma vida que agoniza, mas ainda vive, caso sobreviva dessa vez que não morra
mais todas as noites nas ruas do nosso país, que é assassinada nas favelas, e vendida nas
esquinas, uma vida que não estava a venda como contraste de tudo ao seu redor desde muito
tempo, essa vida é como uma vida de micróbio, que se mantém invisível aos olhos que ainda
não perceberam as noites mais frias do inferno e preferem não ver os miseráveis que morrem
de hipotermia nos corredores, o início foi forte usei algumas metáforas espero que não tenha
sido difícil de entender, ler de novo não sei seria a melhor opção confesso a ignorância é uma
dadiva como eu disse acima, mas com isso espero que entenda o que sinto quando vejo as
nossas crianças morrendo antes mesmo de receber ou dar o primeiro tiro e ninguém sabe
como aconteceu se é que me entendem, mas tem uma solução, olhem ao seu redor pode
bagunçar mais a casa ou pelo menos evitar descaralhar ainda mais, faça algo não só porque
é seu dever, mas porque o mundo te deve ele te suga e te rouba todos os dias e não a nada a
fazer, a ignorância é uma benção, alcançar uma vida é objetivo desse livro, mudar uma vida é
o que ele foi feito pra fazer e se não for a sua, a missão está completou na tentativa, pois
chegar ao leitor é só um detalhe, escrever esse livro foi o que salvou minha vida.
Número de páginas | 232 |
Edição | 1 (2022) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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