Seu ensaio de transcender o cotidiano, revela-se em personagens na
iminência de um milagre, de uma explosão ou de uma singela descoberta. Todos vulneráveis aos acontecimentos do cotidiano. Vidas que se perdem e se encontram em teias formadas por uma linguagem primorosamente estruturada.
Jairo narra, com muita propriedade e, ao mesmo tempo, com leveza, temas como os maus tratos na infância, o que desmitifica a autoridade da família, principalmente no que tange ao principal valor de proteção infantil, que é salvaguardar a criança de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Jairo descreve, com clareza, a cultura do estupro norteando a desigualdade social entre homens e mulheres. A mulher é vista como ser inferior e objeto de desejo e propriedade do homem, o que autoriza, banaliza ou alimenta diversos tipos de violência física e psicológica.
Suas personagens são estruturadas dentro de um cenário descrito
detalhadamente, dando ao leitor a sensação de estar inserido no contexto. Essas personagens são resgatadas no passado e estão presentes nos dias atuais, o que demonstra um retrocesso nas esferas sociais, culturais e econômicas, bem como o fortalecimento dos valores do regime militar que eram reproduzidos no núcleo familiar. Elas, quando crianças, eram ultrajadas em sua essência, mostrando que o silenciamento e o sigilo estão associados aos sentimentos de medo e vergonha, algo que fere a honra e a índole.
ISBN | 978-65-001-4878-7 |
Número de páginas | 0 |
Edição | 1 (2021) |
Idioma | Português |
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