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"(...)aproveitando o enredo, o discurso que, outrora, era só contra os judeus, passou a englobar todo mundo que ia de encontro com o pensamento policial desse estado nazista. Que ia, agora, não contra etnias e para a supremacia duma pseudo-raça; mas ia de encontro a tradições e ideias, para perpetuar opiniões e vontades cada vez mais pérfidas e pessoais."
Fabrício vive num Brasil onde a liberdade de expressão foi simplesmente abolida, não só com o pretexto de calar os malditos golpistas e terroristas de opinião, bem como para calar todos aqueles que se pronunciarem contra as autoridades.
A razão de sua condenação, foi um discurso absolutamente veraz, onde o réu afirma que em nome da verdade, os poderosos mentem, em nome da liberdade, prendem, e pela democracia censuram todos os discordantes políticos. O ato, que começa punindo apenas os golpistas, começa a se intumescer de poder e aprisionar qualquer crítico do governo, qualquer um que defenda a ordem e menos Estado, como os liberais.
O país, em nome da democracia, se torna uma ditadura de opinião.
"E a palavra “democracia”, era agora como uma puta que todo canalha queria gozar em cima."
Número de páginas | 5 |
Edição | 1 (2023) |
Idioma | Português |
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